Em entrevista na tarde de hoje, o presidente do PL Valdemar Costa Neto afirmou que a ação do partido que busca a anulação de votos em mais de 279 mil urnas, protocolada ontem junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), só visa o segundo turno das eleições para evitar “grave tumulto processual” ao país.
O documento da ação do PL – partido do presidente Jair Bolsonaro – deixa de fora o primeiro turno das eleições propositadamente, no qual 99 deputados federais e oito senadores da legenda foram eleitos, além de aliados de Bolsonaro nos Estados.
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O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, tinha dado prazo de 24 horas ao partido para incluir na ação dados do primeiro turno, porque as urnas questionadas pelo PL também foram usadas na primeira fase do pleito. Efetivamente, a ação do partido pede a anulação de 60% das urnas do país. Frente à medida de Moraes, a resposta do PL afirma o seguinte:
“Essa medida – não há como negar – traria grave tumulto processual e, repita-se, inviabilizaria a realização da verificação requerida”.
Ainda na entrevista, Costa Neto disse que a Lei Eleitoral permite questionamento da eleição caso haja “indícios” de erros ou problemas no sistema eleitoral. Mesmo querendo anulação de grande parte dos votos, Costa Neto também negou que a medida busque a realização de uma nova eleição, ou impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse:
“Não se trata de pedir outra eleição, não tem sentido. É um negócio que envolve milhões de pessoas. Porque um cidadão que teve 200 votos, ele tem que participar do processo […] Então é uma loucura, só o PL tinha 2 mil candidatos. Imagino que os outros partidos também. E além de atingir governadores, senadores”.
A ação do PL é baseada em relatório do Instituto Voto Legal, que questionou a integridade das urnas em relatório anterior que foi amplamente desmentido pelo TSE.