Uma cidade na Geórgia chama atenção não apenas por seu charme típico do sul dos Estados Unidos, mas também por uma lei peculiar aprovada em 1982: todos os chefes de família devem possuir armas de fogo e munição.
De acordo com dados do NeighborhoodScout, a taxa de crimes violentos na cidade de Kennesaw é de 2 por 1.000 habitantes, abaixo da média nacional de 4 por 1.000 em 2023. A chance de uma pessoa ser vítima de um crime violento na cidade é de 1 em 501.
Em relação a crimes contra a propriedade, a taxa é de 11 por 1.000 habitantes, também inferior à média nacional de 20 por 1.000, com uma chance de 1 em 88 de ser vítima desse tipo de crime.
Para alguns moradores, a lei de armas contribui para esses índices. Frequentadores de um restaurante local afirmaram à BBC que a regra tem efeito dissuasivo: “Os criminosos precisam pensar duas vezes antes de invadir uma casa aqui”.
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Outros fatores na segurança local
No entanto, há quem credite a segurança a outros fatores. Em entrevista à BBC, Blake Weatherby, zelador da Primeira Igreja Batista de Kennesaw, argumentou: “É a atitude por trás das armas, não as armas em si, que mantém o crime baixo”.
Embora a lei ainda esteja em vigor, o prefeito Derek Easterling reforçou que não é algo meramente simbólico, apesar de nunca ter havido prisões ou penalidades por descumpri-la.
A lei, porém, gera desconforto entre alguns moradores. Cris Welsh, proprietária de armas e frequentadora de clubes de tiro, revelou que considera a norma antiquada. Para ela, Kennesaw deveria ser lembrada por seus parques e valores comunitários, e não por uma regra que provoca constrangimento.
Uma peculiaridade que persiste
Com taxas de criminalidade abaixo da média nacional e opiniões divergentes sobre sua legislação, Kennesaw se tornou um exemplo curioso das complexas relações entre cultura, política e segurança nos Estados Unidos. Para alguns, a lei é motivo de orgulho; para outros, um aspecto que preferem deixar no passado.
*Por Cristiane Holanda, do portal da Rede Onda Digital.