O cantor Leonardo foi incluído pelo governo na “lista suja” do trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A inclusão do artista se deve a uma fiscalização realizada na Fazenda Talismã, localizada de Jussara, na região noroeste de Goiás.
A lista, atualizada nesta segunda-feira (7/10), conta com 176 nomes de empregadores, incluindo o de Leonardo, que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à escravidão. O documento também detalhou que, na Fazenda Talismã, seis trabalhadores foram encontrados em condições análogas à de escravo.
A fiscalização ocorreu em novembro de 2023. Na ocasião, foram encontradas seis pessoas, incluindo um adolescente de 17 anos, em condições degradantes, um dos elementos que configuram a escravidão contemporânea no Brasil. Eles dormiam numa casa abandonada sem água potável, banheiro ou camas, e tomada por insetos e morcegos.
Além das seis pessoas resgatadas, outras 12 foram encontradas trabalhando sem carteira assinada “na mais completa informalidade”, diz o documento. A operação contou com auditores do Ministério do Trabalho e Emprego, procuradores do Ministério Público do Trabalho, defensores da Defensoria Pública da União e agentes da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
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Segundo depoimentos de alguns dos trabalhadores resgatados, “quem toma conta de tudo” é o irmão do cantor, Robson Alessandro Costa, que tentou uma vaga na Câmara de Vereadores em Goiânia (PSDB), mas terminou como suplente.
No final de julho último, o cantor – batizado como Emival Eterno da Costa – comemorou seu aniversário em festa luxuosa nesta propriedade. Avaliada em R$ 60 milhões, a fazenda conta com uma mansão, além de piscina, quadras esportivas e quartos estilo bangalô.
A defesa de Leonardo se pronunciou sobre o caso: Segundo o advogado Paulo Vaz, o caso aconteceu em uma área arrendada na Fazenda Lakanka, contígua à Talismã, e que a responsabilidade pela contratação dos empregados era do terceirizado [arrendatário].
O advogado afirmou:
“Tratava-se de uma área arrendada, que todas essas pessoas tiveram as indenizações pagas e que os processos se encontram arquivados”.
Esta não é a única propriedade do artista, que também é empresário do ramo da pecuária.
Confira a “lista suja” do trabalho escravo clicando aqui.