O pai de Audrey Schott, cunhada da ex-sinhazinha do Garantido, Djidja Cardoso, disse em entrevista que a filha se tornou dependente química e foi salva de cárcere privado após a família procurar a polícia.
Sua filha era companheira de Ademar Cardoso, irmão de Djidja, e foi preso junto com a mãe, sob suspeita de envolvimento com uma seita que promovia o uso da droga ketamina.
O pai de Audrey falou à Rede Amazônica e não quis se identificar. Ele declarou que a filha precisou ser internada para tratar a dependência química e que, no auge do consumo de ketamina, chegou a ser mantida em cárcere privado pelo então namorado, Ademar – ele também é investigado por estupro e causar aborto de outra ex-companheira.
O pai disse:
“Ela ficava anestesiada, ficava fora de si. Não sabia quem era”.
Audrey tem dois filhos, um de quatro anos e um bebê de 8 meses com Ademar. O pai de Audrey disse:
“O menino de 4 anos sofre muito com a falta de atenção da mãe. Até em ver o estado da mãe, ele percebe. Ele já teve a ausência dela nos tratamentos anteriores. Ele está fazendo tratamento psicológico por causa disso. Ele se tornou um menino nervoso e ansioso”.
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De acordo com o pai da vítima, em outubro do ano passado, a diarista que trabalhava na casa de Djidja teria entrado em contato com a família da jovem para alertar sobre a situação do casal e das crianças, que viviam trancados há dias dentro de casa. Foi quando ele e a esposa, mãe da jovem, decidiram chamar a polícia para forçar a entrada na casa. Ele explicou:
“A patrulha se deslocou e o chefe da patrulha bateu na casa. Eles não queriam atender. Em conversas, o chefe da patrulha disse que se a mãe não pudesse falar, caracterizava o cárcere privado e depois do alerta alguém abriu a porta. O menino saiu para a rua e ela veio toda drogada, sem condições, quase de andar. Saiu atrás do menino, cambaleando. Aí a patrulha pegou, jogou na viatura, chamou o Samu, levaram pro hospital Platão Araújo”.
O pai de Audrey falou que, atualmente, estão cuidando das crianças. A filha dele ainda não se recuperou da dependência de ketamina. Ele declarou:
“Ela não reconhece que é dependente, ainda não chegou nesse estágio. Não sei nem se vai chegar no estágio de reconhecer, porque às vezes as pessoas acabam morrendo. Espero que os fatos que aconteceram recentemente seja motivo para ela se tocar e tomar uma atitude na vida dela. Filha única. É triste, resumindo, é muito triste. É um sentimento de fracasso”.
Cleusimar, mãe de Djidja, Ademar e funcionários da rede de salões de beleza que pertencem à família estão presos. A polícia afirmou que estava investigando a família há um mês por tráfico de drogas. Segundo o inquérito, Cleusimar, Ademar e Djidja chefiavam uma seita religiosa que promovia o uso de ketamina para alcançar plenitude espiritual.
Djidja faleceu no último dia 28. Um laudo preliminar aponta edema cerebral, que afetou o funcionamento do coração e da respiração, como causa da morte da ex-sinhazinha, que durante cinco anos foi atração do Festival de Parintins. Especula-se que o edema possa ter sido decorrente de uma overdose da droga. O laudo definitivo da necropsia ficará pronto ainda este mês.
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Com informações de G1.