O Papa Francisco fez sua primeira viagem fora de Roma depois de sete meses. Neste domingo (28/4), visitou Veneza, que contou com a ida a uma exposição de arte, a uma prisão e uma missa, com o pontífice de 87 anos reconhecendo que a vida poderia ser difícil.
O Papa mostrou disposição e cumpriu uma agenda intensa, poucas semanas após sofrer um episódio de fadiga que gerou preocupação durante a Semana Santa. Atormentado por recentes incidentes de saúde, o pontífice leu três discursos e uma homilia durante sua estadia de cinco horas, movendo-se pela cidade em cadeira de rodas, carrinho de golfe e lancha.
Jorge Bergoglio destacou a “beleza encantadora” da cidade e mencionou os “vários problemas que a ameaçam”, incluindo a mudança climática, “a fragilidade de seu patrimônio cultural” e o turismo de massa.
“Veneza está unida às águas sobre as quais está assentada e, sem o cuidado e a proteção deste ambiente natural, poderia até deixar de existir”, alertou o argentino durante a homilia.
Embora ele aparecesse bem e falasse com uma voz clara, ele também fez um raro reconhecimento das tensões do trabalho.
“Por favor, orem por mim, porque este trabalho não é fácil”, disse ele a milhares de fiéis reunidos na Praça de São Marcos.
Viagem do Papa Francisco
Francisco é o quarto pontífice a visitar a cidade, depois de Paulo VI (1972), João Paulo II (1985) e de Bento XVI (2011).
Maela Pellizzato, uma moradora de Veneza de 64 anos que compareceu à Praça de São Marcos para rezar “pela paz no mundo”, declarou que a visita é “um momento fundamental” para a cidade.
A história de Veneza está intimamente ligada à do papado. No século XX, três patriarcas de Veneza tornaram-se papas. Depois da viagem, o jesuíta argentino pretende fazer mais duas ao norte de Itália: Verona em maio e Trieste em julho.
Francisco não viajava desde sua visita a Marselha, no sul da França, em setembro de 2023. Uma bronquite o obrigou a cancelar a viagem a Dubai, em dezembro.
*Com informações Metrópoles