O Jornal Folha de São Paulo fez, neste fim de semana, uma reportagem que diz que Luciene Barbosa Farias, mais conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, esteve no Ministério da Justiça em duas ocasiões com secretários do ministro Flávio Dino, mas que seu nome não foi registrado na agenda oficial.
Luciene é esposa de Clemilson dos Santos Farias, o ‘Tio Patinhas’, suposto líder da facção Comando Vermelho, no Amazonas, e que cumpre pena de 31 anos no presídio de Tefé, no estado.
Luciene também foi sentenciada a dez anos por tráfico de drogas, mas responde em liberdade. Um documento mostra que ela responde o processo em liberdade.
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Há também fotos de Luciene no Ministério da Justiça em uma publicação em suas redes sociais e da Associação à qual ela é presidente.
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Segundo o Uol Luciane esteve no Ministério da Justiça como presidente da ILA (Associação Instituto Liberdade do Amazonas). A Polícia Civil do Amazonas disse a reportagem que a ONG atua em prol dos presos ligados ao Comando Vermelho e é financiada com dinheiro do tráfico.
Políticos da oposição ao governo Lula usaram as redes sociais na manhã desta segunda-feira (13) para criticar o ministro da Justiça Flávio Dino(PSB). Uma outra reportagem, do jornal O Globo, mostrou que com a divulgação, o nome da facção criminosa e o termo “Ministério da Justiça” chegaram aos assuntos mais comentados do X (antigo Twitter), e recebeu o repúdio de nomes como o do ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten. Em postagem, o bolsonarista aproveitou para incluir o pré-candidato à prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), nesta história.
“Boulos, o candidato à Prefeito da maior cidade do país também esteve reunido com a suposta representante da facção criminosa do Comando Vermelho?
O que foi discutido neste encontro cabuloso?” https://t.co/Nr3gmUU1gw pic.twitter.com/an6XohLOo6— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) November 13, 2023
O Estadão procurou o Instituto Liberdade do Amazonas, mas não conseguiu retorno. A advogada de Luciane, Cristiane Gama Guimarães Generoso, diz que não fala sobre processos de seus clientes.
A reportagem do Estadão também procurou o Ministério da Justiça que disse que seria “impossível” a detecção prévia da situação de Luciane. Leia na íntegra:
“No dia 16 de março, a Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL) atendeu solicitação de agenda da ANACRIM (Associação Nacional da Advocacia Criminal), com a presença de várias advogadas.
A cidadã mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados. A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes.
Por não se tratar de assunto da pasta, a ANACRIM, que solicitou a agenda, foi orientada a pedir reunião na Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
A agenda na Senappen e da ANACRIM aconteceu no dia 2 de maio, quando foram apresentadas reivindicações da ANACRIM.
Não houve qualquer outro andamento do tema.”
*Com informações da Folha de São Paulo, Uol, Estadão e O Globo