A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou do TEDx Amazônia, em Manaus, nesta sexta-feira (3) e, durante o bate-papo, pediu que o Congresso Nacional acelere o processo de aprovação da lei de manejo do fogo (PL 1.818/2022), projeto já aprovado pela Comissão do Meio Ambiente do Senado e que aguarda votação em plenário. Há meses Manaus está com o céu encoberto por fumaça gerada por queimadas em regiões da Amazônia.
“Só vamos solucionar o problema se enfrentarmos a questão do desmatamento e do uso descontrolado do fogo. Se continuar assim, não dá para enfrentar estruturalmente o problema. Inclusive, faço um apelo a todos parlamentares que aprovem, no Congresso, o projeto da lei de manejo do fogo”, disse a ministra em entrevista coletiva após participar do evento TEDx Amazônia, em Manaus.
Na visão da ministra, a situação na região de Manaus estaria muito pior caso o desmatamento não tivesse sido reduzido no atual governo.
“Se não tivéssemos conseguido reduzir o desmatamento aqui no Estado [do Amazonas] em 64%, teríamos uma situação completamente apocalíptica. O que precisa fazer, e é o que já estamos fazendo, é um plano de prevenção e controle do desmatamento. E que esse plano não seja apenas do governo federal, mas também dos governos estaduais”, comentou Marina Silva.
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Questionada sobre as dificuldades para controlar a situação, já que a estiagem e a alta temperatura têm causado focos de incêndio natural ao mesmo tempo em que há denúncias de queimadas provocadas para a atividade agropecuária na Amazônia, a ministra reforçou que a responsabilidade é compartilhada com os governos estaduais e defendeu que o governo federal mobilizou esforços para ajudar.
“Para cá já vieram mais de 300 brigadistas e no pico das queimadas encaminhamos dois aviões para ajudar no combate ao fogo, além de técnicos especializados em enfrentamento de fogo”, disse.
Marina Silva comentou que o governo federal atualmente está trabalhando para elaborar um plano estrutural de prevenção contra eventos climáticos extremos.
“Queremos ser, talvez, o primeiro país a ter um plano como esse”, disse.
“Precisamos disso porque se continuar mudando a temperatura da Terra, se a aumentar mais que 1,5 grau de temperatura média do planeta, vamos ter um aumento em algumas regiões de 4 a 6 graus. E é o que acontece aqui na Amazônia”, destacou Marina Silva.
Perguntada sobre quando esse plano estrutural de prevenção contra a mudança climática pode ser apresentado, a ministra respondeu que é uma iniciativa “pioneira, inovadora e complexa” e que os nove ministérios envolvidos estão trabalhando no devido tempo.