Em sua primeira aparição pública após cirurgias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou a ação do grupo extremista Hamas, da Palestina, como ataque terrorista. O discurso ocorreu nesta sexta-feira (20) durante evento sobre os 20 anos do Bolsa Família. Ele considerou “insana” a reação do Estado de Israel.
Lula disse ter lembrado das 1.500 crianças mortas na Faixa de Gaza, pelo “ato de loucura” e “terrorismo” do Hamas, durante a guerra reiniciada entre o grupo e Israel em 7 de outubro. O chefe do Executivo brasileiro lamentou as vidas perdidas e novamente falou sobre a necessidade de paz.
“Crianças que não pediram para o Hamas fazer o ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel. Mas também não pediram que Israel reagisse de forma insana e matasse eles”, afirmou.
O presidente chegou a falar em “ataques terroristas” quando o conflito se reiniciou, mas nunca havia ligado os atos nominalmente ao grupo extremista.
Lula vinha sido cobrado internacionalmente de reconhecer o grupo como terrorista, mas preferiu adotar uma postura mais neutra e em defesa da paz. O Itamaraty explicou que o governo brasileiro não taxava o Hamas como terrorista, porque seguia as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema.
“No tocante à qualificação de entidades como terroristas, o Brasil aplica as determinações feitas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, órgão encarregado de velar pela paz e pela segurança internacionais, nos termos do artigo 24 da Carta da ONU”, declarou, em nota, o Itamaraty.
Segundo a política brasileira, apenas o Conselho de Segurança da ONU tem autoridade e legitimidade para designar um grupo como organização terrorista. Por exemplo, Estado Islâmico, Al Qaeda e Boko Haram são considerados como tal.
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Lula ainda disse que, na próxima semana, voltará a trabalhar do Palácio do Planalto. No final do discurso, ele se levantou para mostrar recuperação da cirurgia. O enquadramento da câmera era aberto o suficiente para mostrá-lo de pé.