Nos Estados Unidos, a inteligência artificial tem ganhado espaço nas salas de aula como aliada dos professores. Ferramentas como o ChatGPT estão sendo usadas por educadores para planejar aulas, criar avaliações, corrigir testes e até auxiliar na comunicação com pais e alunos.
Uma pesquisa recente da Gallup, em parceria com a Walton Family Foundation, revelou que 6 em cada 10 professores da rede pública de ensino fundamental e médio utilizaram alguma tecnologia de IA no último ano letivo. O uso é mais comum entre professores iniciantes e do ensino médio.
A professora Ana Sepúlveda, de Dallas, por exemplo, usou o ChatGPT para montar uma aula sobre geometria aplicada ao futebol e destacou como a tecnologia aumentou o engajamento dos alunos. Já Mary McCarthy, do Texas, afirma que a IA transformou sua rotina, trazendo mais equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Segundo a pesquisa, 80% dos docentes que usam IA afirmam que ela ajuda a economizar tempo em tarefas burocráticas. Além disso, cerca de 60% relatam melhoria na qualidade do ensino, especialmente no retorno dado aos alunos.
Apesar dos avanços, ainda há preocupações. Estados como a Flórida elaboram diretrizes para o uso responsável da IA em sala de aula. Especialistas alertam para o risco de substituição do julgamento humano e apontam limitações da tecnologia, especialmente em avaliações subjetivas.
O uso da IA também permite que os professores identifiquem mais facilmente quando um aluno exagera no uso das ferramentas para realizar tarefas. Entre os sinais, estão textos excessivamente perfeitos e frases muito elaboradas.
Para muitos docentes, como Lindsay Johnson, professora de arte em Chicago, a chave está no equilíbrio. Ela utiliza programas aprovados pela escola apenas nas etapas finais dos projetos, como complemento e não como substituto da criatividade dos alunos.
A chegada da IA nas escolas americanas não é mais novidade — e, segundo educadores, está transformando o ensino, desde que usada com responsabilidade e foco pedagógico.