As principais notícias de Manaus, Amazonas, Brasil e do mundo. Política, economia, esportes e muito mais, com credibilidade e atualização em tempo real.
Rede Onda Digital
Assista a TV 8.2

Entenda o que é clinomania, o desejo excessivo de ficar na cama

Comportamento é associado a problemas como distúrbios do sono ou depressão
15/10/25 às 14:48h
Entenda o que é clinomania, o desejo excessivo de ficar na cama

(Foto: reprodução)

Já sentiu aquela vontade de não sair da cama, de manhã cedo? Pois bem, a dificuldade extrema de levantar pela manhã pode parecer apenas preguiça, mas em alguns casos, revela algo mais profundo.

A clinomania é um comportamento que vem se tornando conhecido de psicólogos e é observado em pessoas com distúrbios do sono, depressão ou fadiga crônica.

O problema não está apenas em dormir mais do que o necessário, mas em sentir um desejo quase irresistível de permanecer na cama. Mesmo após horas de descanso, a pessoa acorda sem energia, com o corpo pesado e a mente lenta. O distúrbio pode interferir no trabalho, no autocuidado e na convivência social.

A palavra clinomania vem do grego, combinando “clino” (cama) e “mania” (vício ou loucura), indicando fixação excessiva pela cama. A clinomania não se trata de uma escolha consciente de descansar mais, mas sim de um desejo intenso de permanecer deitado, mesmo sem sono ou necessidade fisiológica. O ato de levantar pode parecer um esforço desproporcional, e, em muitos casos, há o sentimento de culpa por “não conseguir reagir”.

“Diferentemente de quem dorme mais por hábito, na clinomania há sofrimento, culpa e impacto funcional. A pessoa quer sair da cama, mas não consegue. É fundamental entendermos que se trata de um fenômeno clínico e não apenas comportamental”, explica Gleison Marinho Guimarães, médico intensivista, pneumologista e especialista em sono.

Situações de estresse prolongado, jornadas irregulares de trabalho, luto, desemprego ou rotinas sem estrutura podem favorecer a clinomania. Ambientes com pouco suporte social e excesso de responsabilidades também contribuem.

Pesquisas indicam que a doença tem forte associação com sintomas depressivos, principalmente a anedonia — a incapacidade de sentir prazer e motivação. Ela também está frequentemente associada a distúrbios do sono, como insônia de manutenção e apneia, que fazem a pessoa acordar diversas vezes durante a noite, impedindo o descanso necessário.


Leia mais:

Acordar com despertador faz mal? Especialista explica impactos na qualidade do sono

Especialistas alertam: Bocejar demais pode ser sinal de distúrbios do sono


Quando procurar ajuda profissional?

Especialistas apontam os seguintes sinais (se forem recorrentes, é recomendado procurar ajuda profissional):

  • Sinais depressivos, como humor baixo ou perda de interesse em atividades antes prazerosas;
  • Pensamentos suicidas, descuido extremo consigo mesmo, isolamento prolongado;
  • Abuso de substâncias;
  • Observar quando o desejo de permanecer na cama compromete trabalho, estudos, relacionamentos ou cuidados pessoais.

Em casos relacionados a distúrbios do sono, pode ser necessário o uso de aparelhos como o CPAP para apneia ou ajustes no ritmo circadiano, buscando melhorar a qualidade do descanso.

Quando o problema envolve saúde mental, terapias cognitivas e comportamentais ajudam a lidar com pensamentos automáticos e retomar gradualmente a rotina.

*Com informações de Metrópoles.