Transplante capilar: entenda o procedimento com 5 perguntas e respostas

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A procura por cirurgias de restauração capilar — procedimento que utiliza folículos do próprio paciente para preencher áreas calvas — tem crescido no Brasil e no mundo. Segundo o censo mais recente da International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS), divulgado em 2025, a parcela de homens interessados no transplante aumentou de 13% para 18% nos últimos três anos em todo o mundo.
Cerca de 6 mil transplantes capilares são realizados anualmente no Brasil, e médicos relatam um aumento de 20% no número de pacientes, segundo o último censo da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar (ABCRC), feito em 2023. Além disso, também foram registrados aumentos de procedimentos em barbas e bigodes, e nas sobrancelhas para as mulheres.
Muitos pacientes relatam o desejo de se sentirem mais atraentes, enquanto outros afirmam querer parecer mais jovens para se manterem “competitivos” no mercado de trabalho.
A seguir, saiba mais sobre as indicações, as técnicas e os cuidados após o procedimento:
Quem busca o transplante?
Mais de 80% dos pacientes que fazem o transplante capilar são homens com alopecia androgenética — condição hereditária e progressiva responsável pela queda de cabelo em cerca de metade dos homens acima dos 50 anos. Porém, mulheres também buscam a técnica, para corrigir testa alta, sequelas de traumas ou rarefação capilar decorrente de alterações hormonais, uso de medicamentos ou desequilíbrios nutricionais.
Para quais casos ele é recomendado?
O transplante capilar é indicado quando há perda definitiva dos folículos pilosos — ou seja, quando não há mais potencial de crescimento natural dos fios — ou quando os tratamentos disponíveis não conseguem recuperar a densidade capilar desejada. As principais indicações incluem:
- Alopecia androgenética (calvície de padrão masculino ou feminino), quando a rarefação já está avançada;
- Cicatrizes decorrentes de traumas, queimaduras, cirurgias ou outras condições que impedem o crescimento dos fios na região;
- Falhas congênitas ou adquiridas, como a chamada “testa alta” ou áreas com ausência de pelos desde o nascimento;
- Alopecias cicatriciais estáveis, em que o processo inflamatório já foi controlado e a condição está sob acompanhamento médico.
Antes do procedimento, é necessária uma análise dermatológica completa.
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Como é o procedimento?
O transplante consiste em retirar folículos pilosos de áreas onde o cabelo é geneticamente mais resistente à queda — geralmente a região lateral e posterior do couro cabeludo — e implantá-los em zonas com rarefação ou ausência de fios. É um procedimento minucioso, cuja técnica mais utilizada atualmente é a FUE (Follicular Unit Extraction), que dispensa o uso de bisturi e suturas.
Nesse caso, os folículos são retirados individualmente por meio de pequenas punções, geralmente entre 2 mil e 2,5 mil unidades, que precisam ser cuidadosamente manipuladas para preservar o bulbo capilar.
Em seguida, são implantados um a um na região receptora, respeitando a direção natural de crescimento dos fios. A cirurgia costuma durar de oito a dez horas, realizada sob sedação e anestesia local, e apresenta altas taxas de sucesso — em geral, mais de 90% dos folículos implantados se desenvolvem normalmente.
Como é o pós-operatório e quais cuidados tomar?
O pós-operatório do transplante capilar costuma ser tranquilo, mas exige atenção a algumas recomendações para garantir a boa cicatrização e o sucesso do procedimento. Logo após a cirurgia, as raízes implantadas entram em fase de repouso — conhecida como fase telógena — e só começam a produzir novos fios cerca de três meses depois. Em torno de seis meses, já é possível observar cerca de metade da cobertura capilar definitiva, enquanto o resultado completo costuma aparecer entre 10 e 12 meses.
Nos primeiros dias, é importante manter a higiene adequada do couro cabeludo para prevenir infecções, lavando o cabelo conforme orientação médica. Também é fundamental suspender atividades físicas intensas, banhos de mar e de rio e exposição direta ao sol por pelo menos um mês.
O que esperar do transplante?
Apesar dos avanços nas técnicas e dos resultados naturais que podem ser alcançados, é fundamental ter expectativas realistas em relação ao transplante capilar. O procedimento melhora significativamente a densidade e a aparência dos fios, mas não é capaz de restaurar exatamente o volume que a pessoa tinha na juventude. Além disso, ele não elimina a necessidade de cuidados contínuos, sendo necessário acompanhamento por um dermatologista.
*Com informações de Metrópoles
