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Festival de Parintins: produção e utilização de adereços regionais aquece economia criativa

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A grande celebração do Festival de Parintins, no interior do Amazonas, cria uma demanda por adereços de inspiração regional e indígena, que já são tradição no período bovino.

A festa, realizada no Bumbódromo da cidade, estimula e promove a utilização de adereços regionais. A produção e uso desses adereços ganham destaque pela estética e pela importância cultural que carregam. Abraçar essa tradição e participar do evento vestido a caráter, valorizando e honrando as raízes culturais da região, se torna praticamente imperativo.

Islene Botelho, 67 anos, mãe de dois filhos, além de ser servidora pública, jornalista, escritora e carnavalesca, com três livros publicados, é estilista e especialista em acessórios com plumagem. A história dela tem suas raízes há 45 anos, quando seu irmão, Werner Botelho, também artista e aderecista, tinha um ateliê na residência onde moravam juntos. 


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Legado de gerações

Inspirada pela influência artística de sua família, que incluía mãe e irmãos também ligados à arte, Islene desde cedo se envolveu com os bois-bumbás, desenvolvendo um gosto pela confecção de acessórios através do trabalho de seu irmão. Infelizmente, Werner faleceu em 2019, deixando um legado artístico para todos. Islene decidiu manter viva a tradição da família, continuando o ateliê do irmão, que se destacava especialmente na arte da plumagem. 

Este ano, Islene manteve produção de adereços nas horas vagas. Ela já confeccionou peças para artistas de fora de Manaus, além dos artistas locais ligados ao boi. A estilista relata que, atualmente, trabalha mais com acessórios femininos e que utiliza vários tipos de materiais em suas produções. “Costumo fazer uma peça de cada, são diversos tipos de penas, são contas, pedrarias, pérolas, linhas, como a linha de tucum, que é necessária e brilho, muito brilho” explica a artesã. 

Festival de Parintins e a economia local

Durante o festival de Parintins, há um impulso na economia local, especialmente para os artistas que produzem esses adereços regionais. Segundo a Islene, o festival oferece uma oportunidade de obter uma renda boa, permitindo que os artistas ganhem um dinheiro extra. Em média, ela produz entre 100 a 140 acessórios, com preços variando de 300 a 500 reais, dependendo da quantidade de pena utilizada.

A estilista que também produz para o carnaval, relata que inicia as produções dos adereços quando termina o período carnavalesco. Com a ajuda de sua amiga Denize Araújo, Islene já começa a se preparar para produzir especialmente para o festival de Parintins. Ela revela que houve um aumento nas vendas comparado ao ano passado. “A participação de Isabelle no Big Brother, divulgando nosso festival, teve um impacto gigante em alcançar mais pessoas. Antes, minhas vendas eram da cor azul, mas este ano estou observando uma preferência pela cor vermelha”, destaca.

Inspiração no festival folclórico

Outro artesão que começou a confeccionar acessórios inspirado no grande festival folclórico é Leonardo Brandão, 43 anos, engenheiro florestal, artesão e dono do ateliê Manauy Acessórios. Começou a produzir adereços em 2018 para uso próprio durante o festival de Parintins. Após receber elogios dos amigos, decidiu começar a vendê-los. Com o incentivo, criou um perfil no Instagram e expandiu sua produção, desenvolvendo novos modelos e cores.

“Minha inspiração vem do boi, uma manifestação cultural única, as fantasias, acessórios e aves amazônicas usadas na arena são referências importantes. Além disso, o desenho Cavaleiros do Zodíaco é uma grande fonte de inspiração, com suas armaduras e penas, que também apresenta adornos de penas associados aos deuses. As proporções e formas dessas referências anime me inspiram na criação dos meus acessórios”, expressa.

Leonardo afirma que utiliza diversos materiais, como penas, sementes e miçangas, produção dos seus acessórios. “As penas são o principal componente, sendo importadas da China. As sementes são de artesãos locais que produzem, como as sementes de açaí, e buriti, a paxiúba, que vem da Colômbia, e discos de coco, que vêm de Fortaleza. Cada peça tem o seu conceito de cor”, explica Leonardo

Entre os adereços que Leonardo produz, ele demonstra muito orgulho na produção das asas, que ele deu o nome de ombreira suprema, sendo o modelo mais diferente que criou até hoje. 

“Me orgulho muito de estar criando e estar trazendo ideias novas, me orgulho de ter feito, pela dificuldade, pela originalidade, pelo desafio que foi criar essas peças que realmente são peças novas nesse mundo dos acessórios”, expressa. 

Motivado em buscar novas tendências 

Chegando neste período de produzir acessórios, o artesão explica que gosta de misturar um pouco o Angel da Victoria’s Secret. Essa pegada de moda misturando com o do indígena, com a moda Victoria’s Secret e com o anime. Criar novas tendências e inserir novos conceitos no mundo dos acessórios.

Além do ateliê, Leonardo foi convidado para expor alguns de seus acessórios selecionados na loja Kwati Club, que tem uma unidade no Manauara e outra no Amazonas Shopping. Trata-se de uma loja de temporada, onde fazem um espaço para vender roupas, pulseiras e acessórios ligados ao Festival de Parintins.

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