
Prisão domiciliar de Bolsonaro incomoda vizinhos em condomínio: “Podia levar de vez pra Papuda”

A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está gerando incômodo entre os moradores do condomínio Solar de Brasília, onde o ex-mandatário reside atualmente. Localizado no Jardim Botânico, uma área nobre da capital federal, o condomínio virou alvo de protestos de apoiadores de Bolsonaro desde a última segunda-feira (28/7), quando ele passou a cumprir a medida judicial.
De acordo com os sites O Tempo e UOL, moradores utilizaram um grupo de WhatsApp intitulado “Assuntos Gerais Solar BSB” para reclamar do tumulto causado pela movimentação de simpatizantes do ex-presidente.
Um dos participantes do grupo descreveu a situação:
“Tá uma loucura aqui fora!! Quero chegar em casa. Buzinaço, polícia, corneta, um inferno”.
Outro morador respondeu:
“Eu só quero chegar em casa. O trânsito não anda.”

(Foto: reprodução)
O clima de tensão aumentou diante do temor de que acampamentos sejam montados na entrada do condomínio, o que remete a situações anteriores vividas em 2023, quando manifestantes pró-Bolsonaro se concentraram em frente a quartéis e prédios públicos.
“Se isso acontecer, estamos ferrados. Ninguém entra mais”, alertou um dos residentes.
A indignação levou um morador a sugerir que Bolsonaro fosse transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda.
“Ele vai pra lá mesmo, não é? Ao menos dá logo sossego pra gente e pra mais 200 milhões”, escreveu.
Diante das reclamações, o síndico do condomínio interveio no grupo, lembrando que o espaço virtual é destinado a tratar apenas de temas do cotidiano da comunidade, como manutenção, animais e convivência.
“Assuntos como anúncios, propagandas, ofensas a membros do grupo e discussões sobre política não são permitidos”, reforçou.

Um morador, no entanto, ironizou a censura, sugerindo que a situação se enquadra como “problemas enfrentados na sua quadra com animais”.
A casa onde Bolsonaro vive é alugada e custeada pelo PL, partido do qual ele é presidente de honra. O imóvel fica a cerca de 10 quilômetros do Congresso Nacional, trajeto que pode ser feito em 20 minutos, dependendo do trânsito.
Prisão domiciliar de Bolsonaro
A decisão de prisão domiciliar foi determinada após Moraes apontar que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares impostas pelo STF. O estopim foi a participação remota do ex-presidente em um ato em Copacabana, no Rio de Janeiro, no domingo anterior, pedindo anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A fala foi transmitida por telefone e compartilhada nas redes sociais pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente.
Apesar de o vídeo ter sido apagado posteriormente, a Suprema Corte entendeu que houve violação das medidas, levando Moraes a afirmar que Bolsonaro “ignorou e desrespeitou” as determinações judiciais.