Lula alerta à ONU que ideais fundadores estão sob ameaça e defende multilateralismo

(Foto: Reprodução/ Redes Sociais)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta terça-feira (23/09), na abertura do Debate Geral da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Em suas redes sociais, ele destacou que os valores que deram origem à ONU — como paz, prosperidade e solidariedade — estão hoje mais ameaçados do que em qualquer outro momento da história da organização.
Segundo o presidente, o encontro deveria ser um momento de celebração, mas, diante das guerras e conflitos ao redor do mundo, essa expectativa não se concretiza.
“Este deveria ser um momento de celebração das Nações Unidas. Criada no fim da guerra, a ONU simboliza a aspiração pela paz e pela prosperidade. Hoje, contudo, os ideais que inspiraram seus fundadores em São Francisco estão ameaçados como nunca estiveram”, afirmou Lula.
O presidente criticou a fragilidade do multilateralismo e afirmou que a autoridade da ONU está em xeque diante do avanço de intervenções unilaterais, sanções arbitrárias e atentados à soberania de nações.
“O multilateralismo está diante de uma nova encruzilhada. Assistimos à consolidação de uma desordem internacional marcada pela política do poder”, reforçou.
Lula também alertou sobre o crescimento do autoritarismo no mundo, lembrando que ele prospera quando há omissão frente a arbitrariedades. “Existe um evidente paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia. O autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente às injustiças”, destacou.
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Discurso na ONU
Durante o pronunciamento, o presidente defendeu maior protagonismo para os países do Sul Global e cobrou mudanças nas prioridades internacionais. Ele pediu menos gastos em guerras e mais investimentos em desenvolvimento, incluindo medidas como o alívio da dívida externa para países pobres e reformas em organismos multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Além disso, Lula abordou temas urgentes como a crise climática, a fome e a desigualdade, reforçando a necessidade de cooperação global. Em um dos trechos mais enfáticos, o presidente afirmou que democracia e soberania “são inegociáveis” e precisam ser defendidas de forma conjunta pela comunidade internacional.
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