Flamengo projeta inauguração do próprio estádio em 2036

Estádio do Flamengo (Foto: Reprodução)
O Flamengo submeteu ao Conselho Deliberativo, na quarta-feira (17/09), a versão atualizada do projeto para construir seu próprio estádio no terreno do Gasômetro, localizado no centro do Rio de Janeiro. A proposta apresenta alterações significativas em comparação com o plano original: a capacidade foi reduzida de 78 mil para 71.916 lugares, com uma diminuição nos assentos premium, e o valor passou de R$ 3,1 bilhões para R$ 2,2 bilhões.
Apesar da revisão, o cronograma estabelece a conclusão somente em julho de 2036, quase sete anos depois do prazo proposto pela administração anterior, que era novembro de 2029.
“Era muito mais complexo do que se imaginava. Não é simples, não é rápido e não é fácil”, afirmou o presidente rubro-negro, Luiz Eduardo Baptista, o Bap.
A pesquisa, conduzida pela FGV Conhecimento e Arena Events+Venues, durou oito meses e incluiu análises de topografia, patrimônio histórico e descontaminação do terreno. Esse último aspecto é visto como crucial, uma vez que a Naturgy, empresa de gás natural que ocupa 55% da área, comunicou em setembro que não há mais prazo para a desocupação e limpeza do local. De acordo com o prefeito Eduardo Paes, a operação, que pode durar de 18 a 24 meses, terá custos cobertos pela prefeitura.
Três tipos de financiamento
Três opções de financiamento foram apresentadas pela diretoria. O primeiro modelo, que envolvia empréstimos, foi rejeitado em razão das elevadas taxas de juros. O segundo, em colaboração com investidores privados, tinha um prazo de retorno de 26 anos, resultando em um déficit de R$ 628 milhões no caixa. O terceiro, visto como o mais viável, consiste em usar reservas próprias de maneira gradual, juntamente com receitas futuras, como naming rights e vendas antecipadas de camarotes e cadeiras.
Esse plano é dividido em três etapas: formação de reservas (2026 a 2028), pré-obra (2028 a 2033) e execução da obra (2033 a 2036). Seriam 126 meses no total, com contribuições mensais variando entre R$ 5,8 milhões e R$ 12,5 milhões. A previsão é de que a venda do potencial construtivo da Gávea gere receitas de R$ 195 milhões, enquanto os camarotes devem gerar R$ 214 milhões, as cadeiras R$ 128 milhões e os naming rights R$ 177 milhões a partir de 2034.
“Na hora em que a gente botou tudo no papel, quando a gente passou pela parte da viabilidade financeira, com a realidade da taxa de juros que temos no Brasil, ficou claro que para fazer o estádio no prazo que estava pré-acordado nós teríamos de abrir mão ou de performance esportiva ou de o clube de alguma maneira ser independente. Provavelmente teríamos de ter uma injeção de capital externo, que hoje em dia é conhecido como você transformar o clube numa SAF. Era uma premissa nossa de não querer nem perder perfomance esportiva nem virar SAF”, explicou Bap à FlaTV.
Ajustes e críticas à administração anterior
Para diminuir despesas, itens considerados desnecessários foram eliminados, como o telão de 360 graus estimado em R$ 200 milhões. Em relação ao plano anterior, o ticket médio projetado também foi reduzido.
“O sonho ainda está vivo, mas o Flamengo, sim, terá o seu próprio estádio.” Porém, não tão rapidamente quanto se pensava”, ressaltou Bap.
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Ao término da apresentação, o presidente aproveitou a oportunidade para criticar a administração anterior, mencionando o acordo firmado com a Libra para a transmissão das partidas.
“Se não fosse o contrato que a gente celebrou a Libra, em que nós perdemos meio bilhão de reais em cinco anos, talvez esse estádio pudesse sair em 2034”, disse.
À medida que o projeto avança, o Flamengo continua em campo. O próximo jogo será na quarta-feira (18), no Maracanã, contra o Estudiantes, pela Libertadores. No domingo (21), a equipe joga contra o Vasco pelo Brasileirão, novamente no Rio de Janeiro.
