Durante a sessão plenária da manhã desta terça-feira (8/4) na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), os deputados Roberto Cidade (União Brasil) e Wilker Barreto (Mobilização) falaram sobre a expansão da Zona Franca de Manaus (ZFM) e os riscos e vantagens do tarifaço de 10% aplicado por Trump sobre o Brasil.
Wilker Barreto sobre a ZFM

Na tribuna, Wilker Barreto afirmou que, por falta de espaço (terrenos), há riscos de perdas de novos negócios na ZFM.
“Nós estamos com um problema sério de terras para a abertura de novas empresas na Zona Franca de Manaus. Se as empresas não conseguirem terreno, não vão abrir seus negócios, são empregos que serão perdidos e receita que não entrará nos cofres do estado”, declarou.
Como proposta para sanar o problema, a ideia apresentada pelo parlamentar é a expansão do Polo Industrial de Manaus para a região de Rio Preto da Eva, que tem acesso pela AM-010.
“Possamos levar a área de expansão da Zona Franca para o domínio de Rio Preto da Eva, mas para isso, precisamos duplicar a AM-010, em toda a sua extensão”, explicou.
Veja a fala de Wilker:
Wilker Barreto expõe falta de espaço para novas empresas na ZFM pic.twitter.com/V5PlHOQPSK
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) April 8, 2025
Roberto Cidade sobre o tarifaço

Após a fala de Wilker, foi a vez de Roberto Cidade (União Brasil) falar sobre a Zona Franca de Manaus. Segundo o parlamentar, após a tarifa de 10% aplicada pelos Estados Unidos, há riscos e vantagens para o Polo Industrial.
“Com o tarifaço do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, ele trouxe oportunidade para a zfm. Com a taxa menor, aqui no Brasil de 10%, as indústrias europeias e asiáticas vãos querer ir para outros lugares. Nós temos riscos e oportunidades”, disse.
“Os riscos é dos chineses invadirem o mercado da ZFM com os produtos mais baratos. Mas as oportunidades são muito maiores. Nós temos oportunidade de atrair outras indústrias para o Polo Industrial de Manaus”, explicou ele.
No fim, o deputado pediu para que Wilker e a Comissão de Indústrias possa irem até a Zona Franca de Manaus (ZFM) e, em seguida, se reunirem com o Governador do Amazonas, Wilson Lima.
Veja a fala de Cidade:
Roberto Cidade comenta vantagens e desvantagens do tarifaço Trump para a ZFM pic.twitter.com/iWwRL5SEFd
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) April 8, 2025
Tarifaço de Trump sobre o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (2/4) que irá aplicar tarifas de importação de 10% aos produtos oriundos do Brasil.

Aparentemente, ficou no piso das tarifas, na mesma situação que o Reino Unido, Singapura, Colômbia, Chile e Austrália. A China, por exemplo, terá tarifa de 34%.
O republicano apresentou uma tabela com as taxas que serão aplicadas aos parceiros comerciais dos EUA. Segundo Trump, o patamar de 10% é uma base, e tarifas mais elevadas serão aplicadas a nações específicas.
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O anúncio foi feito a jornalistas em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, no chamado “Dia da Libertação”. De acordo com o governo americano, as taxações terão efeito imediato, afetando os produtos do Brasil.
Em março, a Casa Branca já havia imposto uma tarifa de 25% sobre todas as importações de alumínio e aço.
A relação comercial entre os EUA e o Brasil é deficitária para o país sul-americano. Isso significa que o Brasil compra mais do que exporta. De acordo com o governo federal, as exportações brasileiras para os Estados Unidos totalizaram US$ 40,3 bilhões em 2024, enquanto as importações foram superiores, avaliadas em US$ 40,6 bilhões.
Com isso, os Estados Unidos possuem um superávit comercial de US$ 283 milhões.
Segundo informações da BBC, a Casa Branca esclareceu após o anúncio que os números de tarifas apresentados por Trump incluem taxas recíprocas e a tarifa base de 10%. Países aos quais uma sobretaxa já foi imposta anteriormente, portanto, como Canadá e China, terão um percentual adicional.