
Motta sobre 8 de Janeiro: “Não vejo ambiente para anistiar quem planejou matar pessoas”
Presidente da Câmara comentou propostas de anistia de do fim do foro privilegiado

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que não vê hoje ambiente na Casa para conceder anistia geral aos envolvidos nos atos de vandalismo de 8 de Janeiro. As declarações foram feitas em entrevista à Globo News, nesta quinta (14/8).
Motta disse:
“Eu não vejo, dentro da Casa, um ambiente para, por exemplo, anistiar quem planejou matar pessoas. Um projeto auxiliar começou a ser discutido ainda no semestre passado, que não seria uma anistia ampla, geral e irrestrita”.
Ele também disse que os parlamentares estão contemplando uma opção mais provável uma revisão de penas consideradas altas para quem não teve papel central na trama, mas que isso não aconteceria imediatamente:
“Ninguém quer fazer nada na calada da noite, de forma atropelada. O que aconteceu no 8 de Janeiro foi muito grave, e isso precisa ficar registrado para que, assim como aconteceu na última semana, no plenário da Casa, esses episódios não voltem a se repetir”.
Leia mais:
Motta diz que plano de contingência contra tarifaço americano será prioridade na Câmara
O presidente da Câmara também comentou sobre o motim de deputados bolsonaristas na semana passada:
“Por pouco não tivemos agressões físicas. Subi [no plenário] quando o ambiente estava ficando fora de controle, havia disposição de certos parlamentares para irem para as vias de fato”.
Indignados com a prisão domiciliar do ex-presidente, diversos deputados bolsonaristas obstruíram os trabalhos na casa. Na última quarta, os líderes partidários precisaram segurar a cadeira da presidência e afastar deputados bolsonaristas para que Motta pudesse se sentar e abrir os trabalhos.
Por fim, Motta falou sobre a proposta de abolir o foro privilegiado, também objetivo da ala bolsonarista da casa:
“Essa é uma discussão complexa. Vejo essa questão do foro com muita preocupação, tem que ver o texto. Qual é o objetivo? Isso também não pode trazer sensação de que a Câmara está procurando impunidade.
O deputado é hoje julgado numa turma sem possibilidade de recorrer. Cinco ministros decidem pela condenação daquele político, e recurso é somente no ambiente dessa turma. O cidadão comum só pode cumprir pena depois de um órgão colegiado o julgar. […] Você ter foro é você não ter duas instâncias, só tem uma. Não há essas vantagens todas”.
*Com informações de UOL