O senador Sergio Moro (União Brasil–PR) comemorou, nesta terça-feira (8), a aprovação do Projeto de Lei 677/2021 na Comissão de Segurança Pública do Senado. A proposta, de autoria do senador Marcos Do Val (Podemos–ES), classifica a corrupção como crime hediondo e eleva a pena mínima de 2 para 6 anos. Moro atuou como relator da matéria.
Em um discurso breve, o ex-juiz celebrou o avanço do projeto, mas admitiu que a proposta ainda enfrentará resistência na tramitação. Apesar disso, defendeu a importância de seguir com a iniciativa.
“Nós precisamos resgatar a moralidade da República. Hoje, a corrupção continua sendo um gigantesco problema”, disse o senador.
Moro afirmou que a corrupção é um problema grave e que não tem sido tratada com a seriedade necessária.
Sem citar Lula diretamente, criticou medidas que, segundo ele, enfraquecem o combate à impunidade no país.
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“Os sistemas de prevenção e combate à corrupção foram esvaziados. No início deste governo, vimos o ataque feito à Lei das Estatais. O governo promoveu um ataque a essa lei, que culminou em sua suspensão e na nomeação de diversos indicados para estatais, ao arrepio das exigências técnicas e das regras que preveniam conflitos de interesse previstas na Lei das Estatais.” Moro também criticou as condenações da Operação Lava Jato que foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O senador também criticou as recentes falas de José Dirceu, que, durante uma reunião com membros do PT, afirmou que “nós, mensaleiros, jamais saímos da política”. Moro repudiou o discurso — novamente sem citar o nome diretamente — e afirmou que Dirceu deveria ser retirado da vida política por conta dessa declaração.
“Estamos vendo, dia após dia, o crime ser premiado. Anulações de condenações criminais por razões que nos causam estranheza, que fogem à nossa compreensão — e ladrões do erário, inclusive, se sentindo à vontade para tripudiar da sociedade. Para tripudiar do contribuinte”, completa o senador, citando o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que teve suas condenações anuladas.