Jair Renan leva caça-palavras para Bolsonaro na prisão “está se sentindo injustiçado”

O vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC), filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, estiveram na sede da Polícia Federal em Brasília na manhã desta quinta-feira (27/11) para visitar o pai, que cumpre pena no local. Ao deixar o prédio, Renan afirmou que levou livros ao ex-presidente, mas disse que o material se resume a revistas de caça-palavras. Michelle não falou com a imprensa na saída.

Bolsonaro está preso desde o último sábado (22/11) e começou a cumprir a sentença de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes. Segundo Jair Renan, o ex-presidente tem apresentado piora no estado de saúde, com crises constantes de soluços, e relata sentir-se injustiçado.

A visita foi rápida. Jair Renan chegou por volta de 9h10, enquanto Michelle Bolsonaro entrou cerca de 15 minutos depois. Eles foram em carros diferentes e acompanhados de seguranças. A ex-primeira-dama deixou o prédio às 10h30 sem falar com a imprensa, mas publicou uma mensagem nas redes sociais lamentando o tempo reduzido para visitas e pedindo orações.

Leia mais

Nikolas Ferreira reage a pedido de Moraes sobre celular em visita a Bolsonaro e chama situação de “patética”

Bolsonaro na prisão é conveniente para dirigentes do PL, declara Coronel Menezes

“Meu pai está muito mal. Ele teve crises de soluço a noite toda. Encontrei com ele durante 30 minutos e ele estava com crise de soluço. É muito triste o que está acontecendo”, afirmou Jair Renan. Ele disse ainda ter evitado falar sobre política e tentou distrair o pai conversando sobre futebol. “Tentei distrair a cabeça do meu velho. Tentar tirar um sorriso dele… Muito difícil. Está se sentindo injustiçado”, disse.

A ida dos dois ocorreu após autorização do ministro Alexandre de Moraes, que permitiu também as visitas de Flávio e Carlos Bolsonaro ao longo da semana. Pela determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), as visitas devem ser individuais, com duração máxima de meia hora, e ocorrer entre 9h e 11h.

A prisão de Bolsonaro ocorreu após Moraes apontar risco de fuga e descumprimento de medidas de monitoramento. Na terça-feira, o ministro determinou o trânsito em julgado da ação penal referente à tentativa de golpe, ordenando que o ex-presidente passasse a cumprir a pena na carceragem da Polícia Federal.

Também na terça, Carlos Bolsonaro afirmou que o pai está “devastado psicologicamente”, tem se alimentado pouco e chorou durante a conversa. A defesa do ex-presidente afirmou que pretende apresentar embargos infringentes, embora Moraes tenha registrado que esse tipo de recurso não se aplica ao caso. A Primeira Turma do STF rejeitou, por unanimidade, os embargos anteriores apresentados pela defesa.

(*)Com informações do O Globo e Uol