O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (7/7) a imposição de novas tarifas sobre produtos importados de diversos países, com alíquotas que variam entre 25% e 40%. A medida entra em vigor em 1º de agosto de 2025 e foi comunicada por meio de cartas oficiais enviadas a líderes estrangeiros, todas divulgadas pelo republicano em sua rede, a Truth Social.
Entre os países atingidos estão Japão, Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia, Bangladesh, África do Sul, Malásia, Sérvia e outros. O Laos e Mianmar, por exemplo, receberão a tarifa máxima anunciada, de 40%. Veja algumas das tarifas:
- Bangladesh: 35%
- Japão: 25%
- Laos: 40%
- Sérvia: 35%
- Tailândia: 36%
Segundo Trump, as novas taxas são uma resposta ao desequilíbrio na balança comercial e um gesto de “compromisso e força” dos EUA frente a seus parceiros. Em uma das mensagens, enviada ao primeiro-ministro do Japão, Trump afirma que os 25% de tarifa são “bem inferiores ao necessário” para compensar o déficit comercial, e sugere que empresas japonesas instalem fábricas nos EUA como alternativa para evitar a cobrança.
“Caso decidam aumentar suas próprias tarifas, qualquer valor será somado aos 25% que os Estados Unidos impõem”, alertou o republicano.
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As cartas seguem um modelo padronizado, apenas alterando as alíquotas para cada país, e fazem parte de uma ofensiva comercial que visa forçar a negociação de acordos bilaterais. A medida também marca uma prorrogação de três semanas na trégua tarifária anunciada em abril, inicialmente com validade de 90 dias e prevista para expirar em 9 de julho. Com isso, o prazo final para negociação foi estendido até 1º de agosto.
Brics na mira de sanções adicionais
Em paralelo às tarifas individuais, Trump elevou o tom contra o Brics, grupo que reúne potências emergentes como Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, além de novos membros como Emirados Árabes, Irã, Egito e Etiópia. No domingo (6/7), o republicano declarou que qualquer país alinhado a “políticas antiamericanas” do bloco poderá sofrer uma tarifa adicional de 10%, sem exceções. No entanto, o presidente não especificou o que configura tais políticas nem quais países seriam afetados.
A medida foi recebida com críticas por parte de integrantes do Brics. A China se manifestou afirmando que o uso de tarifas como forma de pressão “não beneficia ninguém”. Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, defendeu que o Brics não tem caráter confrontacional e apenas busca cooperação baseada em interesses comuns. A África do Sul também reforçou que o grupo defende um “multilateralismo reformado e mais equilibrado”.
Enquanto isso, a União Europeia, que tenta evitar novas taxações em setores como agricultura e tecnologia, ainda não recebeu comunicação oficial, mas segue em negociações. Países como Índia, Suíça, Tailândia e Coreia do Sul correm contra o tempo para apresentar propostas antes que as tarifas entrem em vigor.
*Com informações do G1.