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Melatonina: novo estudo aponta possível ligação entre o hormônio e doenças cardíacas

O estudo avaliou mais de 130 mil pessoas com insônia
20/11/25 às 16:36h
Melatonina: novo estudo aponta possível ligação entre o hormônio e doenças cardíacas

(Foto: reprodução)

Um novo estudo publicano no Scientific Sessions 2025, da American Heart Association (AHA), apontou que a melatonina, embora seja um hormônio natural do corpo e considerado seguro em doses pequenas e por períodos curtos, pode apresentar riscos ao sistema cardiovascular.

O estudo avaliou mais de 130 mil pessoas com insônia. Os dados indicam que quem toma melatonina todos os dias há mais de um ano teve índices maiores de insuficiência cardíaca, mais hospitalizações e maior mortalidade geral em comparação aos que não usam o hormônio.

O levantamento aponta até 90% mais risco de insuficiência cardíaca em cinco anos e até 3,5 vezes mais internações. A melatonina virou uma opção popular para quem quer dormir melhor, mas o crescimento do uso reacendeu dúvidas sobre a segurança do suplemento quando tomado por muito tempo.

Apesar dos números, os pesquisadores reforçam que o estudo não prova que a melatonina seja a causa dos problemas. Os resultados ainda são preliminares, e especialistas lembram que pessoas com insônia crônica já têm tendência maior a desenvolver doenças cardíacas, o que pode influenciar as estatísticas.

Para a maior parte dos profissionais de saúde, o uso curto, por semanas, é considerado seguro. A principal preocupação é o consumo diário por anos, sem acompanhamento médico.


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A farmacêutica Paula Molari Abdo explica que a melatonina, em muitos estudos, aparece até como protetora do coração por reduzir inflamação e estresse oxidativo. Segundo ela, não há evidência sólida de que o suplemento cause danos cardíacos quando usado de forma moderada e por pouco tempo.

Abdo também destaca que a melatonina pode baixar levemente a pressão arterial durante a noite, o que pode ser útil para alguns hipertensos, mas exige cuidado para quem tem pressão baixa ou faz tratamento.

Para especialistas, o problema não está exatamente no produto, mas no uso contínuo sem orientação, especialmente porque ainda faltam respostas sobre os efeitos do hormônio no organismo a longo prazo.

No Brasil, suplementos de até 0,21 mg são vendidos livremente. Acima de 0,25 mg, só com prescrição médica. Para Abdo, essa regra reforça a necessidade de acompanhamento para quem usa doses maiores ou tem doenças como hipertensão, diabetes, problemas cardíacos ou insônia persistente.

*Com informações do Metrópoles.