Por muito tempo, ao longo da história, convulsões e epilepsia foram interpretadas equivocadamente como acessos de raiva, de loucura ou até mesmo possessões demoníacas. Durante esse período, muitas pessoas com epilepsia acabaram sofrendo as consequências da falta de informações.
No passar do tempo, felizmente, isso mudou. Atualmente, sabe-se que a epilepsia é uma condição neurológica tratável, e que é possível conviver normalmente com a doença. Mas ainda é preciso disseminar as informações e conscientizar a população sobre o tema.
No dia 26 de março, todos os anos, pessoas ao redor do mundo são convidadas a usar a cor roxa e promover eventos que tragam esclarecimento sobre epilepsia, se tratando do Dia Mundial de Conscientização Sobre a Epilepsia.
O movimento surgiu nos EUA em 2008, quando Cassidy Megan, motivada por sua própria luta contra a epilepsia, teve a ideia de criar um dia para se falar sobre a doença, em um esforço de dissipar mitos e mostrar às pessoas com essa condição que elas não estão sozinhas.
O que é a Epilepsia?
Uma condição médica caracterizada pelo mau funcionamento temporário do cérebro, causado pela emissão incorreta de sinais, descargas ou impulsos elétricos pelos neurônios. Ela é reversível e, após algum tempo, a pessoa volta ao seu estado normal.
Muitas vezes, a causa é desconhecida, mas pode ser uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte pancada na cabeça, uma infecção (meningite, por exemplo), neurocisticercose (“ovos de solitária” no cérebro), abuso de bebidas alcoólicas, abuso de drogas. Má formação congênita do cérebro também pode estar na origem do problema.
Em geral, a epilepsia pode ser uma condição isolada ou um indicativo de problemas no cérebro. Assim, é fundamental realizar um acompanhamento médico para investigar a causa e indicar o tratamento mais adequado para cada paciente.
Além disso, existem dois tipos de epilepsia: a parcial e a total.
Na epilepsia parcial, também conhecida como focal, a emissão incorreta de sinais se limita a uma parte do cérebro. Ela pode ser simples (sem perda de consciência) ou complexa (quando há alteração ou perda de consciência).
Já na epilepsia total ou generalizada, os dois lados do cérebro são afetados, podendo causar diferentes manifestações no paciente.
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Quais são os sintomas da Epilepsia?
A manifestação mais conhecida da epilepsia é a chamada crise tônico-clônica. Trata-se de uma convulsão de fácil detecção, porque apresenta os sinais mais característicos da epilepsia.
A pessoa tem abalos musculares involuntários, passa a se debater, apresenta salivação excessiva, conferindo uma aparência de estar literalmente espumando pela boca. Ela também pode morder a própria língua, e urinar ou defecar nas roupas.
As crises mais sutis, por outro lado, apresentam leves mudanças de comportamento, e podem não ser imediatamente associadas à doença. Por exemplo, espasmos ou rigidez em apenas uma parte do corpo, formigamento nos membros e crises de ausência (olhar parado, imobilidade ou movimentos automáticos).
Como você pode ajudar ao presenciar uma crise? Confira esses 6 passos
É muito bom ajudar, desde que saiba exatamente o que precisa fazer.
- Mantenha a calma;
- Se for possível agir a tempo, evite que a pessoa caia de forma brusca no chão;
- Deixe-a em um local seguro e retire os objetos ao redor, para evitar que ela se machuque durante a crise;
- Não tente segurar ou restringir os movimentos, mas se for possível, deite a pessoa de lado;
- Se ela estiver usando roupas apertadas, como gravata e cinto, você pode afrouxá-las. Caso a pessoa use óculos, retire-os;
- Não jogue água, não dê tapas na pessoa e nem tente impedi-la de se debater.

As crises de epilepsia, geralmente, duram poucos minutos. Deixe a pessoa descansar após o episódio. Caso a convulsão dure mais do que 5 minutos, busque ajuda médica imediatamente.
Como é feito o diagnóstico?
Além da avaliação física e do histórico médico detalhado, o diagnóstico da epilepsia pode ser feito por meio de exames de imagem, como a ressonância magnética, além de testes como o eletroencefalograma.
O diagnóstico da doença é clínico, ou seja, o médico analisa os sintomas, o histórico do paciente e realiza uma avaliação clínica. Ele também pode pedir alguns exames para investigar qual o tipo de epilepsia a pessoa tem. Os exames mais comuns para complementar a avaliação são os laboratoriais (sangue e urina), eletroencefalograma, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.
*Com informações de ViverBem Unimed e Rede Dor.