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Estudo feito pela Microsoft revela as 40 profissões mais ameaçadas pela inteligência artificial

Estudo feito pela Microsoft revela as 40 profissões mais ameaçadas pela inteligência artificial

Otávio Vislley
Por Otávio Vislley | 10 de agosto de 2025

A inteligência artificial (IA) já não é apenas uma promessa do futuro: ela está transformando o presente. Em meio ao avanço tecnológico acelerado, um estudo conduzido pela Microsoft revelou quais profissões estão mais expostas aos impactos da IA generativa. A pesquisa, intitulada “Working with AI: Measuring the Occupational Implications of Generative AI” (Trabalhando com IA: medindo as implicações ocupacionais da inteligência artificial generativa), aponta que carreiras baseadas em linguagem, dados e tarefas repetitivas são as mais suscetíveis à automação com o uso de ferramentas como o Copilot.

A análise da Microsoft avaliou mais de 200 mil conversas anônimas de usuários com a IA Copilot. O estudo passou por três etapas principais: identificação das tarefas mais solicitadas à ferramenta, avaliação do desempenho da IA nessas tarefas e medição da proporção de trabalho executado com ajuda da tecnologia. A partir desses dados, foi criado um “índice de aplicabilidade da IA”, que posiciona as profissões com maior e menor propensão à automação.

Profissões com maior risco de automação por IA

Segundo o estudo, profissões nas áreas de computação, comunicação, jornalismo, matemática, atendimento e vendas são as mais vulneráveis. O motivo está na natureza das atividades, geralmente ligadas à produção de textos, interpretação de dados, atendimento digital e repetição de processos. Confira algumas das ocupações que lideram o ranking de aplicabilidade de IA:

  1. Intérpretes e tradutores
  2. Historiadores
  3. Comissários de bordo
  4. Representantes de vendas
  5. Redatores e autores
  6. Atendentes de suporte ao cliente
  7. Programadores de CNC
  8. Operadores de telefonia
  9. Agentes de viagens
  10. Locutores e radialistas
  11. Escriturários de corretagem
  12. Educadores em gestão agrícola e doméstica
  13. Telemarketing
  14. Concierges
  15. Cientistas políticos
  16. Repórteres e jornalistas
  17. Matemáticos
  18. Redatores técnicos
  19. Revisores e editores de texto
  20. Recepcionista
  21. Editores
  22. Professores universitários de negócios
  23. Especialistas em relações públicas
  24. Demonstradores e promotores de produtos
  25. Agentes de vendas de publicidade
  26. Escriturários de novas contas
  27. Assistentes estatísticos
  28. Balconistas de atendimento e aluguel
  29. Cientistas de dados
  30. Consultores financeiros pessoais
  31. Arquivistas
  32. Professores de Economia
  33. Desenvolvedores web
  34. Analistas de gestão
  35. Geógrafos
  36. Modelos
  37. Analistas de pesquisa de mercado
  38. Operadores de telecomunicações de segurança pública
  39. Telefonistas
  40. Professores de biblioteconomia

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Profissões menos afetadas pela inteligência artificial

Por outro lado, o estudo indica que trabalhos que exigem habilidades manuais, supervisão direta, esforço físico e conhecimento prático especializado estão menos sujeitos à automação. Essas ocupações dependem de capacidades motoras, sensoriais e interpessoais que, por enquanto, são difíceis de replicar com tecnologia.

A lista inclui:

  • Operadores de draga, ponte, eclusa e estações de tratamento de água

  • Auxiliares de enfermagem hospitalar

  • Piloteiras e costureiras especializadas

  • Trabalhadores da construção civil, como telhadistas, ajudantes de produção e mestres de obras

  • Massagistas e técnicos em oftalmologia

  • Cirurgiões bucomaxilofaciais e prostodontistas

  • Embalsamadores

  • Lavadores de louça

  • Reparadores de pneus e vidros automotivos

  • Operadores de equipamentos pesados e florestais

  • Flebotomistas e auxiliares cirúrgicos

Essas ocupações, muitas vezes marginalizadas em discussões sobre inovação, surgem como menos vulneráveis às transformações da IA por dependerem de interação humana, percepção tátil e decisões em tempo real em ambientes complexos.

Transformação, não substituição

Apesar dos riscos apontados, os especialistas do estudo da Microsoft reforçam que a IA não necessariamente substitui o trabalho humano. Em muitos casos, ela atua como ferramenta complementar, aumentando produtividade, reduzindo erros e liberando profissionais para tarefas mais estratégicas.

Esse cenário é reforçado por um novo levantamento realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em parceria com o Instituto Nacional de Investigação da Polônia (NASK). O relatório aponta que cerca de 25% dos empregos no mundo estão potencialmente expostos à IA generativa, sendo esse número ainda maior — 34% — em países de renda alta, onde o uso da tecnologia já está mais avançado.

O documento da OIT e NASK também destaca que a principal consequência da IA não será a extinção de cargos, mas sim a transformação de funções. Ou seja, atividades tradicionais serão redesenhadas com apoio da tecnologia, exigindo novas competências e requalificação constante dos trabalhadores.