Nesta sexta (20/6), o Ibovespa recuou na reabertura dos mercados após o feriado, na contramão das bolsas internacionais, refletindo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic para 15% ao ano, o maior patamar em duas décadas.
Na abertura do pregão, o dólar registrou leve queda e era vendido a R$ 5,48 ao meio-dia.
A alta de 0,25 ponto percentual nos juros surpreendeu parte dos analistas, que viam chances divididas entre manutenção e aperto. A decisão veio em um contexto de aumento da percepção de risco em relação ao cumprimento da meta fiscal e a elevação de gastos do governo com impacto sobre as contas públicas.
A sinalização do Banco Central, no entanto, aponta para o fim do ciclo de elevação. O Copom indicou que só voltaria a subir os juros caso o cenário se deteriore de forma relevante, especialmente em relação à ancoragem das expectativas de inflação e ao equilíbrio fiscal do governo.
As ações da Petrobras operam em alta nesta sexta-feira, 20, e ajudam a limitar a queda do Ibovespa. A companhia realiza nesta sexta o pagamento da segunda parcela dos dividendos extraordinários referentes ao exercício de 2024, completando o montante de R$ 9,1 bilhões anunciados em abril. O valor é referente à posição acionária do dia 16 de abril e já havia tido sua primeira parcela paga em 20 de maio.
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Entenda o caso: elevação da taxa de juros
Na quarta (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, a 15% ao ano. Este é o patamar mais elevado para os juros básicos do país desde maio de 2006, quando o colegiado os havia fixado em 15,25%. Os diretores votaram de forma unânime pela alta.
Com a decisão, o Brasil passou a ocupar a segunda posição no ranking dos maiores juros reais do mundo: A taxa básica de juros real do Brasil é de 9,53%, atrás apenas da Turquia, com 14,44%. O levantamento do MoneYou leva em consideração 40 países das Américas, África, Ásia, Europa e Oceania.
*com informações de Veja.com e CNN Brasil