O dólar registrou forte alta nesta segunda-feira (10/03), fechando com avanço de 1,09%, a R$ 5,85. O movimento acompanhou a valorização da moeda americana no cenário global, impulsionada por declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante entrevista à Fox News no domingo (09/03). A falta de uma negativa categórica sobre uma possível recessão nos EUA gerou incertezas no mercado e impactou os ativos financeiros.
O cenário também pesou sobre as bolsas de valores em todo o mundo. No Brasil, o Ibovespa recuou 0,41%, encerrando o pregão aos 124.519 pontos. Nos Estados Unidos, o impacto foi ainda maior: o S&P 500 caiu 2,69%, o Dow Jones recuou 2,08% e o índice Nasdaq, focado em tecnologia, teve queda acentuada de 4%.
Mercado reage à incerteza
Durante a entrevista à Fox News, Trump foi questionado sobre a possibilidade de recessão na economia americana e respondeu: “Eu odeio prever coisas assim. Há um período de transição, porque o que estamos fazendo é muito grande. Estamos trazendo riqueza de volta para a América. Isso é uma grande coisa”. A resposta foi considerada vaga por analistas, que esperavam um posicionamento mais firme afastando o risco de retração econômica.
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Além disso, as recentes oscilações na política comercial dos EUA aumentaram a apreensão dos investidores. Trump tem alternado decisões sobre tarifas de importação para países como Canadá, México e China, o que gera instabilidade e incerteza no mercado.
Efeito global e correção na B3
Na avaliação de Alison Correia, sócio-fundador da Dom Investimentos, o recuo da Bolsa brasileira também refletiu uma correção após altas recentes. “Na semana passada, tivemos apenas dois pregões e meio, e a nossa Bolsa chegou a subir quase 3% com uma movimentação descolada do mercado americano. Mas hoje o bom humor não apareceu”, explicou.
Os mercados europeus seguiram a tendência negativa. O índice Stoxx 600, que reúne ações de 17 países da região, caiu 1,35%, enquanto o FTSE 100, de Londres, recuou 0,92% e o DAX, da Alemanha, cedeu 1,69%.
A volatilidade deve continuar nos próximos dias, com investidores atentos a novos desdobramentos na economia americana e às políticas de Trump, que seguem impactando os mercados globais.
*Com informações do Metrópoles.