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“Ele morreu pedindo socorro”: mulher acusa policiais de matarem o marido em abordagem sem mandado

“Ele morreu pedindo socorro”: mulher acusa policiais de matarem o marido em abordagem sem mandado

(FOTO: Reprodução)

Um homem de 32 anos, identificado como Rogério Almir Santos de Lima, morreu após uma ação policial dentro de sua residência no município de Santana do Ipanema, interior de Alagoas. A esposa da vítima, que está grávida, denunciou nas redes sociais que ele foi agredido e torturado por policiais militares da Companhia de Caatinga (Copes) durante uma abordagem sem mandado judicial.

Segundo o relato da mulher, Rogério estava em casa jogando videogame quando os agentes invadiram o imóvel. Ela afirma que havia saído por poucos minutos para fazer uma compra e, ao retornar, encontrou a casa destruída e o marido já sendo levado para o hospital, onde teria chegado sem vida. “Mataram meu marido de pancada e choque. Ele morreu pedindo socorro”, desabafou em vídeo.


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Cenas de violência

Uma vizinha do casal também divulgou imagens do interior da casa logo após a ação policial. No vídeo, é possível ver móveis revirados, manchas de sangue pelo chão e um fio desencapado, que segundo ela, teria sido usado para aplicar choques em Rogério.

“Esse foi o quarto da tortura. Molharam ele, amarraram na cama e deram choque com cabo de TV. Colocaram a cabeça dele na pia. Isso aqui é sangue. Eles limparam, mas ainda tem marcas”, disse a vizinha, visivelmente abalada.

O Instituto Médico Legal (IML) confirmou que a causa da morte foi espancamento.

Veja os vídeos:

Divergências

Em nota, a Polícia Militar informou que realizava rondas após uma denúncia de tráfico de drogas na região. De acordo com a versão dos agentes, Rogério foi encontrado “se debatendo no chão” e teria sido socorrido imediatamente. Ainda segundo a PM, cerca de 200 pedras de crack foram apreendidas no local.

A corporação alegou que o homem possuía antecedentes por homicídio qualificado, associação para o tráfico e porte ilegal de arma. No entanto, não esclareceu por que a abordagem foi feita sem mandado judicial, tampouco explicou a ausência de relato sobre resistência ou confronto armado.

A Delegacia de Homicídios de Santana do Ipanema instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias da morte e apurar a denúncia de tortura. O caso segue sob investigação.