Com o período da estiagem e aumento das queimadas no Amazonas, a qualidade do ar estava “péssima” em alguns bairros de Manaus e municípios, neste sábado (10/08) à noite, conforme o Selva (Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental).
A plataforma monitora em tempo real o nível de poluição atmosférica, que no estado aumenta com a fumaça das localidades com focos de incêndio.
Pela consulta da Rede Onda Digital, no mínimo dez áreas da capital e seis cidades do interior apresentavam, às 20h30 de hoje, as piores condições para respirar na escala de medição. Nesta caso, os bairros Crespo, Cachoeirinha, Centro, Japiim e Vila Buriti, todos na zona sul, Coroado, na zona leste, Alvorada, na zona centro-oeste, Compensa, na zona oeste, Parque 10 de Novembro e Chapada, na zona centro-sul, além dos municípios de Autazes, Manaquiri, Novo Airão, Careiro, Humaitá e Novo Aripuanã, estavam com índice péssimo na qualidade do ar.
Dados também do World’s Air Pollution, que realiza o monitoramento por sensores da poluição na atmosfera em nível mundial, reforçaram as condições prejudiciais à saúde para a população do Amazonas. Utilizando uma escala mais abrangente, que vai do “boa” até o “perigoso” para classificar o índice de qualidade do ar, a plataforma internacional registrou situação “muito insalubre” nas cidades de Manaus, Novo Airão e Autazes.
Ainda conforme o site, quando a escala de qualidade do ar está em “muito insalubre” – último grau de poluição antes do “perigoso” – significa que toda a população de uma região tem maior probabilidade de ser afetada. A recomendação é que “crianças e adultos ativos e pessoas com doenças respiratórias, como asma” devem evitar ou limitar todo tipo de esforço ao ar livre, especialmente os mais jovens.
O Amazonas teve mais de oitocentos focos de queimadas em apenas uma semana, segundo dados do Programa de BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo o órgão, de domingo (14/7) até o sábado (20), foram 878 focos de calor em todo o estado.
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Emergência Ambiental
No início de julho, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), instituiu o Comitê de Enfrentamento à Estiagem e decretou situação de Emergência Ambiental em 22 cidades.
Durante a vigência do decreto está proibida a prática de fogo, com ou sem uso de técnicas de queima controlada. O Decreto de Emergência também define as atribuições das entidades do governo no combate, em especial, aos focos de calor, e os critérios de qualidade do ar.
E para auxiliar na construção de protocolos de ação em casos de fumaça, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) adquiriu 62 sensores de monitoramento da qualidade do ar. A proposta é que a cobertura de medidores chegue a todos os municípios do Amazonas para criar um sistema robusto de monitoramento estadual.
Os equipamentos foram entregues à Defesa Civil do Amazonas e, até o momento, já foram instalados em 13 municípios: Autazes, Careiro Castanho, Codajás, Humaitá, Itapiranga, Manaquiri, Maraã, Nhamundá, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, São Sebastião do Uatumã, Silves e Urucará.