
“Seja de qual governo for, vai ter que ser punido”, diz Omar Aziz sobre CPMI que investigará fraudes no INSS
O senador destacou que pretende contar com o apoio de órgãos como a Procuradoria-Geral da República (PGR), a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) para investigar profundamente os desvios e empréstimos consignados
O senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou nesta quinta-feira (14/08) que irá presidir a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que lesaram milhares de aposentados e pensionistas em todo o país.
Segundo o parlamentar, a comissão atuará de forma técnica, sem viés político, e com o objetivo de punir os responsáveis, independentemente de qual governo tenham feito parte — seja o de Jair Bolsonaro (PL) ou o do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Aquele que fez alguma coisa que prejudicou os pensionistas, seja de qual governo for, vai ter que ser punido. Não me interessa o governo. Se houve erro no governo Bolsonaro, que se responda. Se foi no governo Lula, o tratamento será o mesmo”, afirmou Aziz.
O senador destacou que pretende contar com o apoio de órgãos como a Procuradoria-Geral da República (PGR), a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) para investigar profundamente os desvios e empréstimos consignados realizados sem autorização dos beneficiários.
“Não vamos politizar. Vamos agir tecnicamente. Só para se ter ideia, há notícia de mais de R$ 90 bilhões em empréstimos consignados feitos para aposentados apenas em 2023. Muitos dizem que nunca autorizaram esses contratos. Precisamos investigar para onde esse dinheiro foi”, declarou.
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Aziz também afirmou que a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal já estão com investigações avançadas, mas que a CPMI pode oferecer maior transparência à sociedade.
“A CGU e a Polícia Federal estão adiantadas nas apurações, mas é fundamental que a população saiba exatamente o que ocorreu. A CPMI vai dar essa visibilidade”, completou.
A comissão foi oficialmente criada pelo Congresso Nacional após o surgimento de denúncias envolvendo descontos indevidos e fraudes em empréstimos consignados, atingindo mais de 4 milhões de beneficiários do INSS, com prejuízos estimados em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Até o momento, a CPMI conta com o apoio de 223 deputados e 36 senadores e deve iniciar seus trabalhos ainda no segundo semestre deste ano.
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