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Assinaturas de jogos: aumento do Game Pass evidencia crise no mercado de videogames

Os jogadores temem que o mercado passe por uma nova crise
11/10/25 às 19:00h
Assinaturas de jogos: aumento do Game Pass evidencia crise no mercado de videogames

(Foto: reprodução)

A partir de 2015 o mundo do entretenimento foi tomado pela onda dos serviços de aluguel e streaming. A Netflix, praticamente a pioneira no ramo, passou a oferecer um vasto conteúdo de filmes e séries por um valor mensal fixo, e nos anos seguintes, todos os estúdios de cinema passaram a fazer o seu próprio serviço. O mesmo ocorreu na música, com o lançamento do Spotify, Deezer e Itunes. Não foi surpresa que o serviço de assinaturas também chegou no mercado dos vídeogames.

A proposta de serviço por assinatura no mercado de games foi ousada e mudou a forma como o público consome videogames. A ideia era oferecer um amplo catálogo de jogos para PlayStation (da Sony) e Xbox (da Microsoft) por um preço acessível. Nos últimos anos, porém, o custo-benefício desses serviços caiu, e a disputa entre as empresas passou a ser por quem cobra mais e entrega menos vantagens ao jogador.

Serviço de locadoras on-line

Os serviços de assinatura em games não são novidade, mas ganharam força a partir de 2017, com o lançamento do Xbox Game Pass. O serviço oferecia mais de 100 jogos, número que hoje chega a 500, por US$ 9,99 (R$ 29,90 no Brasil).

Com o tempo, o Game Pass passou a oferecer jogos no dia do lançamento, permitindo que o assinante jogasse pagando apenas os R$ 29,90 da assinatura, sem precisar gastar R$ 300 no valor do jogo.

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No PlayStation, o serviço chegou um pouco depois, com o PlayStation Now, que permitia jogar via nuvem. Em 2022, foi expandido globalmente e transformado na PS Plus, dividida em três categorias, incluindo a Plus Deluxe, que rivaliza com o Game Pass, mas com diferenças.

No PlayStation, o jogador pode optar por planos mensal (R$ 59,90), trimestral (R$ 159,90) ou anual (R$ 389,90). O catálogo oferece muitos jogos, mas não inclui lançamentos, como ocorre no Game Pass.


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Para quem não é do universo gamer, os valores podem parecer altos. Mas considerando que jogos lançados no Brasil custam entre R$ 200 e R$ 500, um serviço anual de pouco mais de R$ 300 não é excessivo. A partir de 2024, porém, começaram os reajustes significativos.

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Enquanto o Game Pass teve aumentos pontuais, a PlayStation Plus foi mais agressiva, passando de R$ 389,90 para R$ 691,90 em outubro de 2024.

O Game Pass subiu de R$ 29,90 para R$ 59,90 em 2024 e, no início de outubro deste ano, para R$ 119,90. Sem plano anual, o custo total chega a R$ 1.439,88 por ano. Mesmo nos EUA e na Europa, os reajustes foram considerados abusivos, gerando cancelamentos em massa e deixando o site fora do ar por cerca de uma hora.

Momento crítico no mercado

Enquanto os serviços de assinatura de jogos ficam cada vez mais caros, o valor dos jogos também estão subindo. Nos Estados Unidos, os jogos passaram a custar US$ 70, chegando no Brasil por valores que variam entre R$ 400 a R$ 490. A Nintendo, vem cobrando R$ 500 nos seus títulos. Os serviços de assinatura, que antes eram uma opção para os jogadores economizarem, se tornaram inviáveis no Brasil.

André Campos, usuário da plataforma Playstation, deixou de assinar o serviço da Plus ainda no primeiro aumento. “Foi um absurdo. Pagar R$ 691 por um serviço é inviável. Tenho um computador bom para jogos e os preços dos jogos são mais baratos na Steam (loja de jogos no computador). E em jogos que são mais caros eu posso apelar para a pirataria. Não é o correto, mas é o que temos”, declarou.

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Nas redes sociais, o principal argumento é que, muitas vezes, o aumento do serviço em si não seria tão pesado se o custo de vida no Brasil já não fosse alto. Manter o hobbie em vídeos em um país a cesta básica pesa no bolso é difícil. Também entra na conta os demais serviços de assinatura já existentes, como Netflix, HBO+, Spotify, adicionar mais R$ 120 do Game Pass por mês ou o anual da Plus por R$ 691.

O aumento abusivo no valor das assinaturas de jogos é mais um baque no bolso dos consumidores. Com o valor dos jogos cada vez mais alto e os aparelhos de vídeo game com um alto custo de produção, os jogadores temem que o mercado passe por uma nova crise, o crash dos vídeo games de 1983, que resultou numa recessão de larga escala que quase acabou com a indústria. Mas até o momento, o futuro do mercado de games é nebuloso.