Brasileiro confia na IA, mas afirma sentir cansaço digital, segundo pesquisa

Foto: Pixabay
O Brasil está entre os países mais conectados do mundo, mas, ao mesmo tempo, cresce na população um desejo de se afastar das telas. Essa é a principal conclusão de um estudo conduzido pela Bain & Company.
A nova edição da pesquisa Consumer Pulse ouviu cerca de 2.500 pessoas no Brasil, e revelou que 28% dos brasileiros afirmam querer reduzir o tempo gasto no ambiente digital.
Segundo o levantamento, o digital é a segunda atividade em que os brasileiros mais investem tempo ao longo do dia. Porém, quando questionados sobre mudanças de hábito, muitos apontam a intenção de se desconectar. Entre os principais motivos para este cansaço digital estão as distrações indesejáveis, o impacto negativo na saúde mental e a sensação de culpa pelo uso excessivo das telas.
O fenômeno é mais forte entre os jovens da Geração Z e os Millennials, justamente as faixas etárias mais imersas no ambiente online.
O pesquisador Ricardo De Carli, um dos sócios da companhia, comentou os resultados da pesquisa:
“Não é novidade que o brasileiro é hiperconectado, com alto uso de celulares e redes sociais. O que vemos agora, sobretudo no pós-pandemia, é um movimento de estafa digital, uma tendência já forte nos Estados Unidos e na Europa e que começa a ganhar força aqui”.
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Por outro lado, a pesquisa também aponta que o brasileiro se mostra mais otimista e aberto a novas tecnologias do que consumidores de outros países. O levantamento afirma que o brasileiro tem cada vez mais confiança na Inteligência Artificial (IA): mais de 60% dos entrevistados afirmaram já ter utilizado ferramentas de inteligência artificial, percentual que sobe para 80% entre consumidores de alta renda.
O estudo, feito anualmente desde 2019, acompanha mudanças de comportamento globalmente. Entre as tendências observadas estão a valorização do bem-estar, o crescimento da saúde mental como prioridade e a polarização do consumo, que beneficia tanto produtos premium quanto opções mais acessíveis.
Os pesquisadores apontam que, no futuro, a expectativa é que um equilíbrio entre o online e o offline se intensifique no Brasil, seguindo tendências já observadas em outros países.
*Com informações de CNN Brasil
