Começou nesta segunda-feira (9/6) o julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros apoiadores. O tenente-coronel Mauro Cid foi o primeiro a prestar depoimento neste primeiro dia ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirmou que a “minuta do golpe”, documento que trazia detalhes das medidas autoritárias para anular as eleições de 2022, passou por diversas revisões feitas pessoalmente pelo então presidente.
Segundo Cid, um dos pontos abordados no documento falava sobre a prisão de autoridades dos Poderes, como o presidente do Senado, o presidente da Câmara e membros do Supremo Tribunal Federal. No entanto, Bolsonaro retirou o nome de quase todas as ordens de prisão, mantendo sobre o nome do Ministro Alexandre de Moraes, que na época presidia o Supremo Tribunal Eleitoral (TSE).
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“O presidente recebeu e leu. Ele, de certa forma, enxugou o documento, basicamente, retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor [Moraes] ficaria como preso. O resto, não”, afirmou Cid.
O militar disse ainda que a minuta também trazia uma fundamentação jurídica, que tinha como proposta estado de sítio, estado de defesa e a criação de um conselho que teria como objetivo convocar novas eleições.
A minuta do golpe foi encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, durante uma operação da PF em 2024, autorizada pelo próprio Ministro Alexandre de Moraes.