Rede Onda Digital
Ouça a Rádio 92,3Assista a TV 8.2
Alegações finais: defesa de Bolsonaro pede a absolvição por “ausência de provas”

Alegações finais: defesa de Bolsonaro pede a absolvição por “ausência de provas”

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF), em suas alegações finais, apresentadas nesta quarta-feira (13/8), que ele jamais atuou para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que sempre se manteve fiel à democracia e ao Estado de Direito.

No processo em que é acusado de liderar uma suposta trama para dar um golpe de Estado e barrar a posse do atual presidente, os advogados de Bolsonaro alegam que não existe qualquer prova que o vincule a conspirações ou aos atos de 8 de janeiro. Para eles, as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) se baseiam em “ilações” e em interpretações distorcidas de declarações retiradas de contexto.

O documento, com quase 200 páginas, rebate o argumento da PGR de que Bolsonaro seria chefe de uma organização criminosa e principal beneficiário do plano, caso este tivesse êxito. “Nem a própria Polícia Federal reconheceu essa liderança”, afirmam os advogados, que negam qualquer ligação do ex-presidente com grupos como “Punhal Verde e Amarelo” e “Kids Pretos”.

“Em momento algum Jair Bolsonaro praticou qualquer conduta que tivesse por finalidade impedir ou dificultar a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Pelo contrário, sempre defendeu e reafirmou a democracia e o Estado de Direito”, disse a defesa do ex-presidente.


Leia mais

Moraes autoriza Bolsonaro a fazer exames, mas exige atestado

PF abre novo inquérito contra Bolsonaro por suposta disseminação de fake news contra Lula


Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes, sustenta que é alvo de um “massacre midiático” e de um julgamento antecipado pela opinião pública. Segundo a defesa, reportagens baseadas em “fontes não identificadas” especularam até locais e datas de uma prisão que, segundo eles, não tinha fundamento.

A equipe jurídica também aponta falhas na coleta de provas, especialmente nas obtidas por meio da delação de Mauro Cid, e acusa a acusação de selecionar apenas elementos que interessavam, deixando de lado evidências que poderiam beneficiá-lo.

Por fim, a defesa pede a absolvição de Bolsonaro por “ausência de provas” e reforça que nenhum decreto para prender autoridades ou intervir no TSE foi assinado ou colocado em prática. “Não houve ação efetiva, muito menos armada”, concluem.

“Demonstrou-se a absoluta ausência de provas e o manifesto divórcio entre a acusação e o direito. Demonstrou-se que os atos imputados na denúncia jamais poderiam ser qualificados como criminosos, seja por que expressamente excluídos do âmbito de incidência penal pelo legislador, seja porque, ainda que adotada a lógica da denúncia, os atos se revelariam, quando muito, como atos preparatórios”, declarou.

*Com informações do G1.