O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (30/01) que, caso os Estados Unidos imponham tarifas sobre produtos brasileiros, o Brasil responderá com medidas equivalentes.
“Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade no Brasil em taxar os produtos que são importados dos EUA”, afirmou Lula, destacando a necessidade de respeito entre nações soberanas.
Lula enfatizou que quer apenas respeito por parte de Trump.
“Eu quero respeitar os EUA e quero que o Trump respeite o Brasil, só isso. Se isso acontecer está de bom tamanho”, disse o presidente.
O presidente Lula afirmou, ainda, que pretende melhorar a relação entre o Brasil e os EUA.
“Da minha parte, o que eu quero é melhorar nossa relação com os EUA. Exportar mais e importar mais, se for necessário e a gente manter a nossa relação que é de 200 anos”, completou Lula.
📌 Lula promete taxar produtos EUA caso Trump aplique tarifas ao Brasil pic.twitter.com/ZU6HeF2kS5
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) January 30, 2025
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A declaração do presidente brasileiro ocorre em meio a tensões envolvendo a Colômbia e os Estados Unidos. Recentemente, o governo colombiano se recusou a receber deportados vindos dos EUA, o que levou Donald Trump a ameaçar a imposição de tarifas de 25% sobre produtos colombianos. Diante da pressão, a Colômbia cedeu e aceitou os voos de deportação. Em resposta, a Casa Branca anunciou a suspensão temporária das tarifas adicionais e demais sanções anunciadas por Trump.
O retorno de Donald Trump à presidência dos EUA é um desafio para o governo brasileiro, dado o histórico de divergências políticas entre os dois líderes. No entanto, Lula tem buscado manter uma relação pragmática com a nova administração americana, especialmente em questões ambientais e comerciais.
Na terça-feira (28), Lula reuniu-se com ministros, representantes da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Polícia Federal para discutir a deportação de brasileiros pelos Estados Unidos. O governo brasileiro demonstrou insatisfação com o tratamento dispensado aos deportados, que chegaram a Manaus algemados e acorrentados.
Em resposta, o Brasil exigiu que os deportados não fossem mais submetidos a esse tipo de tratamento e enviou um avião da FAB para transportar os cidadãos brasileiros de maneira mais digna.
A orientação dentro do governo Lula tem sido evitar atritos com os EUA neste início de mandato de Trump, dado o histórico de relação entre os países e a necessidade de manter o diálogo aberto. No entanto, o presidente brasileiro deixou claro que não aceitará medidas que prejudiquem o Brasil sem uma resposta à altura.