Único deputado federal do PL que resiste e se recusa a assinar o pedido de urgência para o projeto de anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro, Antonio Carlos Rodrigues (SP) é favorável a uma solução intermediária entre os Três Poderes.
Ex-senador e ex-ministro dos Transportes de Dilma Rousseff (PT), Rodrigues defendeu um “meio-termo”, aliviando a pena para quem cometeu crimes considerados menos graves, como dano ao patrimônio da União.
No entendimento do deputado, abolição violenta do Estado democrático de Direito e golpe de Estado são crimes mais graves e impassíveis de um eventual perdão. “Anistia geral, sou contra”, disse. Segundo Rodrigues, o ex-presidente Jair Bolsonaro, também do PL, ficaria de fora da lista de beneficiários.
Em suas redes sociais, Antônio Carlos já fez postagens condenando os ataques que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
“Vandalismo é crime, um ato odioso contra a democracia e às instituições, uma afronta ao estado democrático”, afirmou o deputado em uma ocasião.

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Após ser pressionado pelo Partido Liberal (PL), o deputado Robinson Faria (PL-RN) apresentou nesta terça-feira (15/4) um requerimento que pede a inclusão de sua assinatura no pedido de urgência ao projeto de lei da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O pedido de urgência foi protocolado pelo PL na segunda-feira (14/4).
Ferreira é um dos únicos parlamentares da legenda que não assinaram o requerimento. O outro deputado é Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP). Robinson Ferreira foi criticado por deputados do PL por não assinar o requerimento.

A denúncia de golpe de Estado feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que o objetivo da trama golpista era anular as eleições presidenciais de 2022, incluindo previsão de assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckimin e do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Segundo a denúncia, liderada pelo ex-presidente Bolsonaro, a trama golpista buscou apoiou das Forças Armadas para a decretação de um Estado de Sítio, que funcionaria para promover uma ruptura democrática no Brasil. Os investigados negam as acusações.
Apesar do pedido de urgência, a votação do PL da Anistia no plenário depende de decisão do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que já sinalizou que essa deve ser uma escolha do colégio de líderes. No Senado, o presidente Davi Alcolumbre manifestou que projeto não seria de interesse da sociedade.