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Deputada do PSOL diz que megaoperação no RJ supera massacre no Carandiru

O massacre do Carandiru, em 1992, deixou 111 presos mortos após uma intervenção da Polícia Militar de São Paulo
29/10/25 às 17:17h
Deputada do PSOL diz que megaoperação no RJ supera massacre no Carandiru

(Foto: reprodução/Raull Santiago)

A deputada Dani Monteiro (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, comparou a operação policial que deixou 120 mortos no Rio de Janeiro ao massacre do Carandiru. Ela afirmou nesta quarta-feira (29/10) que, se os números forem confirmados, essa pode ser “uma violação maior que o Carandiru. Então, se torna a maior violação cometida pelo Estado na história da nossa redemocratização”.

Durante atendimento a familiares das vítimas nos complexos do Alemão e da Penha, Dani destacou que, segundo estudos, ações com mais de seis mortes já são consideradas chacinas. O massacre do Carandiru, em 1992, deixou 111 presos mortos após uma intervenção da Polícia Militar de São Paulo.

A deputada também lembrou que a ONU pediu explicações ao governo brasileiro sobre a megaoperação e criticou a falta de investigação prévia. “O mínimo que a gente deveria era já ter essa investigação prévia atestando que aquelas pessoas eram envolvidas no crime organizado do território”, disse.

Ela ainda defendeu o uso de câmeras corporais pelos policiais, o que, segundo ela, ajudaria a confirmar se houve reação dos traficantes. “Esses dois elementos que eu trago, que são as câmeras corporais e a investigação prévia, não ocorreram”, afirmou.


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Dani Monteiro, que acompanha de perto a retirada dos corpos no Complexo da Penha, disse que moradores estão fazendo o transporte dos mortos até o IML por conta própria, sem presença de equipes do governo estadual. Ela cobrou perícia e exames de balística no local.

A deputada criticou também as declarações do governador Cláudio Castro, que afirmou que todos os mortos, exceto quatro policiais, eram criminosos. “É uma violação dos direitos humanos. Mas, hoje, o que ele fala é leviano. Ele não tem essa confirmação”, disse.

A Comissão de Direitos Humanos da Alerj acionou o Ministério Público, a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Conselho Nacional do Ministério Público para pedir informações sobre o planejamento e a execução da operação. Em nota, Dani Monteiro afirmou que vai “virar a madrugada contando corpos não pode ser rotina de um Estado de direito sem pena de morte. O Rio precisa de justiça, não de chacinas eleitoreiras fantasiadas de operação policial”.

A comissão também expressou solidariedade às famílias dos policiais mortos e reforçou que “todas as vidas importam” e que a violência não pode ser tratada como política pública.

*Com informações da Agência Brasil.