O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados analisa nesta terça-feira (06) a representação que propõe a suspensão do mandato do deputado Gilvan da Federal (PL-ES) por um período de seis meses.
O parlamentar é acusado de quebrar o decoro parlamentar ao proferir ofensas contra a ministra das Relações Institucionais e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) e ao confrontar verbalmente o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que é esposo da ministra.
O relator do caso, deputado Ricardo Maia (MDB-BA), emitiu parecer favorável à suspensão cautelar do mandato, alegando que “há indícios consistentes de prática de conduta incompatível com o decoro”. Segundo Maia, as atitudes de Gilvan representam risco à imagem da Câmara dos Deputados e comprometem o ambiente institucional das comissões parlamentares.
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Gilvan da Federal xinga Gleisi
A representação foi protocolada pela Mesa Diretora da Câmara após solicitação da Corregedoria Parlamentar, que analisou as declarações feitas por Gilvan durante uma reunião da Comissão de Segurança Pública, no dia 29 de abril.
Na ocasião, ele se referiu à ministra com palavras que, segundo o documento, foram “ofensivas e difamatórias”, chegando a chamá-la de “amante” — referência a um apelido usado em planilhas de repasses ilegais da Odebrecht — e insinuando que ela seria uma “prostituta do caramba”.
Após as falas, o deputado entrou em embate direto com Lindbergh Farias. O documento afirma que o parlamentar agiu com “animus de ferir a imagem da ministra”, proferindo “insinuações ultrajantes, desonrosas e depreciativas”.

Próximos passos
A representação é assinada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e por membros da Mesa Diretora, como Elmar Nascimento (União-BA), Carlos Veras (PT-PE), Lula da Fonte (PP-PE) e Delegada Katarina (PSD-SE). O vice-presidente da Casa, do mesmo partido de Gilvan, não assinou o documento.
O pedido se baseia nas novas regras para suspensão cautelar de mandato, aprovadas em junho de 2024, durante a gestão de Arthur Lira (PP-AL). A norma autoriza a suspensão por até seis meses, com prioridade na tramitação no Conselho de Ética. Se aprovado o parecer, Gilvan da Federal ainda poderá recorrer ao plenário da Câmara, onde a decisão só será mantida com o apoio mínimo de 257 deputados.