A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), classificou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “covarde”por não ter concretizado um golpe de Estado em 2022.
A declaração foi dada em entrevista à CNN Brasil , na qual Gleisi abordou as acusações contra Bolsonaro e outras 36 pessoas, incluindo militares e aliados, indiciados pela Polícia Federal (PF) por suposta participação em uma trama golpista.
Segundo a deputada, Bolsonaro não teve coragem de levar o plano golpista futuro.
“Eles não concretizaram esse golpe porque têm muita covardia. Bolsonaro é um covarde, um medroso. Ele não teve coragem de ir até o final”, afirmou.
Gleisi destacou que os indícios reunidos pela PF sobre o caso são graves, incluindo planos para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). ).
O parlamentar também criticou a postura de Bolsonaro, que passou para os Estados Unidos no final de 2022, evitando o pelotão de Lula e a entrega da faixa presidencial. Gleisi afirmou que o ex-presidente prefere acompanhar os desdobramentos do exterior para evitar envolvimento direto e uma eventual prisão.
“(Bolsonaro) Resolveu ir embora, para ver de fora a tentativa de golpe do 8 de Janeiro, para não se envolver e também não ser preso. E perderam, iam perder se tentassem, mas eles tentaram. Ou seja, essa gente está aí conspirando”, declarou.
Contra anistia aos golpistas
Gleisi reforçou sua posição a qualquer tipo de anistia para os envolvidos nos atos golpistas, incluindo aqueles que participaram da invasão às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. A deputada criticou a possibilidade de avanço do projeto de anistia na Câmara dos Deputados, defendido por parlamentares bolsonaristas e pelo próprio ex-presidente.
“Anistia vai servir, única e exclusivamente, para dizer: podem fazer novamente”, afirmou.
O líder petista comparou o cenário atual com a ditadura militar de 1964, ressaltando que a ausência de proteção rigorosa às responsabilidades naquele período criou um precedente perigoso para a democracia brasileira.
“Cada vez que um passo é dado no sentido de ‘apaziguar com anistia’, a história pode se repetir”, alertou.
Sobre o posicionamento do vice-presidente do PT, Washington Quaquá, que sugeriu anistiar aqueles que participaram “de forma ingênua” nos atos golpistas, Gleisi foi enfática ao discordar. Ela classificou a ideia como isolada e ampla à visão do partido.
“Incautos também têm que pagar. E não sei se tinham incautos ali, porque ninguém vai para uma praça, como foi no 8 de Janeiro, vendo a depredação, participando do processo, e é incauto. As pessoas sabem o que é violência, o que é depredação, o que é baderna“, declarou.