Acordo Belém 4X reúne 19 países em compromisso por combustíveis sustentáveis

(Foto: COP30/Divulgação)
Durante a Cúpula dos Líderes da COP30, em Belém (PA), foi apresentado nesta sexta-feira (7/11) o Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis, chamado de Belém 4X. A proposta é aumentar em quatro vezes o uso global desses combustíveis até 2035.
O acordo é liderado por Brasil, Itália e Japão, e já conta com o apoio de outros 19 países. Mesmo assim, especialistas apontaram que o texto não cita de forma direta a necessidade de abandonar combustíveis fósseis.
Os combustíveis sustentáveis são alternativas menos poluentes, feitos a partir de fontes renováveis como biomassa, resíduos orgânicos e hidrogênio. Eles incluem biocombustíveis, biogás, hidrogênio de baixa emissão e versões sintéticas, como e-combustíveis.
A iniciativa tem foco em:
- ampliar cooperação internacional;
- fortalecer o uso de energia de baixo carbono em áreas difíceis de descarbonizar, como transporte e indústria;
- impulsionar pesquisa e inovação;
- ampliar infraestrutura de produção e distribuição;
- incentivar práticas agrícolas sustentáveis;
- criar reuniões e relatórios anuais de acompanhamento até 2035.
O Instituto Talanoa afirmou que o discurso do presidente Lula destacou o incentivo aos combustíveis sustentáveis, mas não assumiu prazos para reduzir o uso de carvão, petróleo e gás. Segundo a entidade, o tema foi tratado como prioridade no combate à pobreza energética, sem retomada explícita do compromisso firmado em Dubai, em 2023, de avançar para longe dos fósseis.
Quem aderiu
Até agora, 19 países apoiam o Belém 4X:
Armênia, Belarus, Brasil, Canadá, Chile, Guatemala, Guiné, Índia, Itália, Japão, Maldivas, México, Moçambique, Myanmar, Países Baixos, Panamá, Coreia do Norte, Sudão e Zâmbia.
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O Itamaraty afirma que a lista diversa de signatários mostra o alcance global da proposta e o potencial dos combustíveis sustentáveis para reduzir emissões em diferentes economias.
A Agência Internacional de Energia (AIE) vai monitorar a implementação do acordo e divulgar relatórios anuais com os resultados.
O pacto seguirá aberto a novos países e prevê encontros ministeriais todo ano até 2035. O texto também estimula a participação do setor privado, instituições financeiras e sociedade civil para acelerar investimentos na transição energética.
*Com informações do G1.






