Após os argentinos começarem as manifestações em Buenos Aires nesta segunda-feira (20/12), a fachada da embaixada da Argentina em Santiago, no Chile, foi vandalizada. A porta de entrada da delegação diplomática foi pintada de preto e nada parede escreveram “De Santiago a Buenos Aires, a luta continua há 22 anos. Fora Miley [sic].”
Além das pichações, foram distribuidos panfletos que diziam: “Quem governa, governa, o povo sempre perde“.
Javier Lareo, encarregado de negócios argentino, afirmou que o ataque não causou grandes danos ao interior do edifício, mas lamentou que um edifício histórico no centro de Santiago tenha sido afetado.
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Dia de protestos
A Argentina comemora hoje o 22º aniversário dos protestos de 19 e 20 de dezembro de 2001, ano da pior crise econômica, social e política que o país viveu nas últimas décadas, que deixou 39 mortos e culminou com a demissão do presidente na época, Fernando de la Rúa.
Os protestos convocados para esta quarta-feira são os primeiros enfrentados pelo novo governo do ultraliberal Javier Milei. O novo chefe do Executivo argentino ainda não nomeou um embaixador no Chile após a renúncia do polêmico Rafael Bielsa, em 10 de dezembro.
Os movimentos de esquerda se mobilizaram para protestar contra o chamado “Plano Motoserra“, que é um pacote de medidas econômicas audaciosas que visa conter os gastos e melhorar o cenário da economia da Argentina.
Quando os protestos começaram, por volta das 16h, Milei estava na sede da polícia nacional para monitorar a primeira operação antipiquetes. Os oficiais buscavam garantir a circulação do trânsito enquanto os manifestantes se direcionavam para a Praça de Maio, ponto importante da capital argentina.
As tensões aumentaram quando os oficiais tentaram levar os manifestantes para a calçada, desobstruindo uma das vias da cidade. O conflito durou pouco e não há relatos de feridos.
As manifestações públicas são atitudes comuns entre a população argentina, principalmente nos últimos anos. Muitas vezes concentradas no centro de Buenos Aires, as revoltas populares servem como uma forma de indicativo ao governo sobre o reflexo dos seus planos na sociedade.