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The Osbournes: o reality show que mostrou a verdadeira face de Ozzy Osbourne

The Osbournes: o reality show que mostrou a verdadeira face de Ozzy Osbourne

(Foto: divulgação)

O reality show que marcou uma geração de fãs de rock, inclusive aqueles que nunca foram de reality, voltou a memória do público após 23 anos de sua exibição, muito por conta do falecimento do cantor Ozzy Osbourne. The Osbournes, exibido pela MTV americana, estreou em 2002 e mudou a maneira como o público enxergava as celebridades. Pela primeira vez, o lendário Ozzy, fundador da banda de heavy metal Black Sabbath e dono de uma bem sucedida carreira solo, a esposa Sharon e os filhos Kelly e Jack abriram as portas de casa e mostraram seu dia a dia para milhões de pessoas.

A proposta parecia improvável: transformar o “Príncipe das Trevas” do heavy metal em um pai de família caricato, que vagava pela mansão gritando “Sharon!”. Mas deu certo. O programa virou assunto até para quem jamais compraria um disco de Ozzy ou do Black Sabbath. Na época do reality, o cantor já não estava mais no auge carreira e com uma baixa vendagem de discos, o que teria motivado o Madman a aceitar o projeto, que lhe daria a chance de falar com um público mais jovem e pelo cachê milionário que a MTV ofereceu.

Realidade crua (e nem sempre bonita)

Muito antes de celebridades abrirem a vida nas redes sociais, The Osbournes já expunha os altos e baixos de um clã famoso. A série registrou momentos marcantes, como o diagnóstico de câncer de cólon de Sharon em 2002 e o acidente de quadriciclo que quase matou Ozzy em 2004. Mas também revelou um lado mais sombrio do vocalista: problemas com drogas e medicamentos, comportamento errático e crises emocionais.

(Foto: reprodução)

Ozzy chegou a admitir que, por conta de prescrições médicas equivocadas, estava ingerindo dezenas de comprimidos por dia durante as gravações. “Eu mal conseguia andar ou falar. Tinha medo de dormir e não acordar”, contou. Apesar disso, a série trouxe popularidade renovada ao músico e se tornou a produção mais bem-sucedida da MTV americana. E consequentemente, a exposição deu um novo gás ao trabalho musical do artista.

Sucesso que inspirou outros realities

The Osbournes durou três anos e mostrou que a vida real de celebridades podia ser tão (ou mais) interessante que qualquer roteiro. Outras emissoras correram para copiar a fórmula, mas poucas alcançaram o mesmo impacto, como por exemplo, o reality protagonizado pelo baixista e líder do Kiss, Gene Simmons, que lançou o programa “Gene Simmons: Uma família joia, mas sem alcançar o mesmo sucesso e popularidade.

(Foto: divulgação)

O reality também apresentou figuras como Robert, amigo dos filhos de Ozzy que chegou a viver com a família e depois desapareceu do noticiário, além de alavancar a carreira midiática de Kelly Osbourne, que virou cantora, apresentadora e presença constante na imprensa.


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Quando terminou, em março de 2005, The Osbournes deixou um legado curioso: abriu o caminho para que Ozzy mergulhasse de vez no universo dos realities. Vieram depois projetos como Ozzy & Jack’s World Detour (2016, History Channel) e The Osbournes Want to Believe (2020, Travel Channel). O cantor, no entanto, tem sentimentos ambíguos sobre o programa. “Odiei fazer The Osbournes porque estava chapado”, já declarou. Mas ele também reconhece a importância da série e não se envergonha do fenômeno que ajudou a construir.

Revolta dos fãs

The Osbournes também despertou a irá dos fãs mais puristas do cantor. Desde sua aparição com o Black Sabbath, Ozzy construiu uma sólida imagem de uma personalidade sombria. Suas aventuras na carreira solo lhe renderam os títulos que todos conhecem, como “Príncipe das Trevas” e “Madman”, esse último extraído do título do disco Diary of Madman, lançado em 1981.

(Foto: reprodução)

No entanto a figura de um chefe de família bobão, que passeava com cachorros e passava boa parte do dia gritando por sua esposa, o seu famoso bordão “Sharon”, simplesmente desconstruiu essa imagem sombria, mostrando que, ainda que fosse uma figura excêntrica, Ozzy ainda era uma pessoa como outra qualquer, nada comparado com o “satânico comedor de morcegos” que a fanbase tanto fantasiava ao ouvir os discos do Madman.