Conheça os benefícios da musicoterapia para saúde mental e qualidade de vida

(Foto: Reprodução/internet)
Quem não gosta de uma boa música, não é mesmo? Ela nos acompanha no dia a dia, embalando momentos e memórias. Mas vai muito além, por ser também um instrumento de cura, transformação e reconexão com a própria vida. No Amazonas, a musicoterapia vem ganhando espaço em hospitais, escolas, projetos sociais e atendimentos individuais, ajudando pessoas a lidar com a ansiedade, resgatar memórias, melhorar habilidades cognitivas e equilibrar emoções.
Para profissionais como Fernanda Sena, musicoterapeuta e especialista no alívio das tensões emocionais, a música é mais do que prazer, é também uma ferramenta estruturada, que permite revelar e transformar a essência de cada indivíduo, promovendo mudanças profundas nos aspectos emocionais, cognitivos, físicos e sociais de quem participa das sessões.
O que é a musicoterapia?
A musicoterapia é uma prática que utiliza a música de forma estruturada para promover saúde, bem-estar e desenvolvimento pessoal. Profissionais da área aplicam técnicas planejadas para auxiliar pacientes em diferentes contextos, desde a saúde mental até a educação e o cuidado de idosos.
Segundo a União Brasileira das Associações de Musicoterapia (UBAM, 2018):
“A musicoterapia é um campo de conhecimento que estuda os efeitos da música e a utilização de experiências musicais, resultantes do encontro entre o(a) musicoterapeuta e as pessoas assistidas. Sua prática objetiva favorece o aumento das possibilidades de existir e agir, seja em atendimentos individuais, em grupos, comunidades, organizações, instituições de saúde e na sociedade.”
Fernanda Sena complementa:
“Em harmonia com essa definição, compreendo a musicoterapia como uma prática clínica e científica que transforma a música em recurso terapêutico estruturado e intencional. Ela vai além do ato de ouvir músicas: envolve planejamento, objetivos e acompanhamento”, explica.
A prática pode ser aplicada em saúde mental, neuroreabilitação, geriatria, Transtorno do Espectro Autista (TEA), educação e ambiente corporativo, além de hospitais, clínicas, projetos sociais e cuidados paliativos.

Benefícios percebidos
A musicoterapia gera impactos concretos no bem-estar emocional, cognitivo, físico e social. Segundo Fernanda, muitos pacientes relataram que a musicoterapia desperta a sensação de liberdade interior.
“Os benefícios se manifestam nos níveis emocional, cognitivo, físico e social. Em idosos, auxilia na preservação da memória e na valorização da identidade. Em pessoas com TEA, favorece a expressão e a regulação emocional. Muitos pacientes relatam que a musicoterapia desperta neles a sensação de liberdade interior, como se a alma tivesse encontrado um lugar seguro para se expressar”, conta.
Ela reforça, ainda, que ouvir música sozinho não substitui o acompanhamento terapêutico.
“Ouvir música por conta própria pode ser prazeroso, mas na musicoterapia cada som, silêncio ou improvisação é aplicado com objetivo terapêutico, dentro de um processo clínico estruturado e acompanhado por um profissional. É nesse espaço seguro que a música deixa de ser apenas estímulo e se torna uma ferramenta de transformação e cura”, afirma.
Crescimento e atuação no Amazonas
O crescimento da prática no Amazonas tem sido notável, com atuação em projetos sociais, escolas, clínicas e na saúde mental. A especialista destaca a importância da representatividade regional.
“A atuação da musicoterapia no Amazonas está em crescimento e ganhando visibilidade. Hoje, já temos uma quantidade significativa de musicoterapeutas atuando em atendimentos clínicos, projetos sociais, trabalhos no campo educacional e experiências voltadas à saúde mental. Nosso desafio é consolidar cada vez mais espaços dentro das instituições e também na rede pública, para que a população possa ter acesso à musicoterapia”, completa.
Mais do que técnicas ou protocolos, a musicoterapia cria um espaço seguro para que os pacientes se reconectem com suas emoções, resgatem memórias e descubram novas formas de expressão. Para Sena, o efeito vai além do alívio de tensões.
“A musicoterapia tem trazido algo profundo e essencial: o reencontro consigo mesmo. Mais do que aliviar dores ou tensões, ela tem devolvido para meus pacientes a voz, a identidade e a autenticidade. Dentro desse propósito, nasceu o projeto ‘O Grito da Alma’, um espaço terapêutico e artístico que une ciência, espiritualidade e expressão, onde pacientes dão voz ao que estava silenciado, ressignificando dores e transformando-as em canções de vida.”
A prática, portanto, não é apenas técnica, é cura, autoconhecimento e bem-estar, capaz de transformar vidas e reconectar as pessoas com sua própria essência.
