Gin com alma amazônica: a bebida do agente 007 ganha novos sabores da floresta

A serviço de sua majestade, 007 não abria mão de um dry martini, porém com um toque pessoal. Reprodução/Internet
Uma das bebidas mais famosas e consumidas no mundo, o gin vem ganhando sabores amazônicos e variações premiadas internacionalmente, além de imprimir uma nova marca no segmento de alimentos e bebidas nacionais.
Mas, para entender esse processo é preciso recorrer à história dessa bebida clássica. O gin é um destilado à base de álcool neutro aromatizado com zimbro e outros vegetais. Sua origem remonta ao século XVII, nos Países Baixos, onde era conhecido como genever.
A bebida se popularizou na Inglaterra, que consolidou o estilo seco e transparente chamado London Dry Gin, hoje predominante no mercado internacional. A fórmula básica combina destilação de cereais com infusão de especiarias, raízes e cascas cítricas, variando conforme a receita de cada produtor.
Na coquetelaria, o gin ocupa posição central e serve de base para drinques clássicos como gin tônica, negroni, tom collins e o mais famoso deles, o dry martini. O equilíbrio entre o sabor do zimbro e os demais vegetais define o perfil de cada marca, e o modo de preparo influencia diretamente o resultado da mistura.

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Explosão de consumo e sabores artesanais
A bebida ganhou espaço em bares e restaurantes ao longo da última década, acompanhando o crescimento do interesse por coquetéis de preparo simples e de identidade marcante. Com isso a produção artesanal de gin cresceu de forma constante, com destilarias independentes explorando ingredientes regionais.
No Brasil, fabricantes incorporam vegetais locais como capim-limão, jambu, priprioca e cumaru, criando variações adaptadas às matérias-primas nacionais. Esse movimento ampliou o consumo interno e diversificou o mercado, antes dominado por rótulos importados.
E aí que entram os gin produzidos no Amazonas. Nessa semana, por exemplo, o Hilary Gin foi premiado numa exposição realizada em Macau, na China. A empresária Raquel Omena conta que se surpreendeu com o sucesso e a premiação do gin Hilary, que é feito pela empresa há apenas dois anos.
“A gente só produz o Hilary London Dry Gin, um gin que tem na sua formulação puxuri, camu-camu, cumaru, jambu e cupuaçu. E ele não é saborizado. É uma base alcoólica com todos esses insumos na composição além dos insumos tradicionais que fazem o gin”, explica a empresária.

Cultura pop e polêmica
A presença do gin na cultura popular foi reforçada por referências no cinema, especialmente na série 007. O agente James Bond popularizou o pedido de martini feito com gin e vodca, “shaken, not stirred” (batido, não mexido), expressão que provocou divergências entre bartenders e aficionados, pois a receita clássica do dry martini é feita apenas com a mistura dos ingredientes (gin e vermute) feito com uma colher, a bailarina. A serviço de sua majestade, 007 exige, contudo, que o drink seja batido na coqueteleira.
Ao final, a frase do agente secreto simboliza a disputa sobre a forma ideal de preparo e transformou o gin em um elemento de identidade estética e comportamento.
Confira como se faz um dry martini:
Ingredientes
- Três doses de gim (150 ml)
- Meia dose de vermute seco (25 ml)
- Cubos de gelo
- Casca de limão-siciliano para perfumar
- Uma azeitona para decorar
Modo de preparo
- Em um copo misturador (coqueteleira) cheio de gelo, junte o gim e o vermute. Mexa em círculos com uma colher bailarina (sem partir demais o gelo) até a mistura estar bem gelada.
- Apoie uma peneira para coquetelaria na borda de uma taça coupé para Martini e despeje a mistura. Com as mãos, torça a casca de limão-siciliano (isto ajuda a liberar seus óleos) e passe na borda da taça.
- Decore com a azeitona e sirva a seguir.







