As principais notícias de Manaus, Amazonas, Brasil e do mundo. Política, economia, esportes e muito mais, com credibilidade e atualização em tempo real.
Rede Onda Digital
Assista a TV 8.2

Manauara paga caro por gasolina e diesel apesar de redução no preço anunciada pela Petrobras

Modelo de negócio adotado pelo grupo Atem impede que consumidor manauara seja beneficiado por redução de preços da Estatal
21/10/25 às 13:38h
Manauara paga caro por gasolina e diesel apesar de redução no preço anunciada pela Petrobras

Complexo foi objeto de contrato de intenção de compra entre a Petrobrás e a empresa Atem. Foto: Divulgação

O consumidor amazonense vai continuar pagando o combustível mais caro do País apesar da redução de R$ 0,14 anunciada pela Petrobras, nesta segunda-feira (20), para gasolina e diesel. A denúncia é do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Amazonas (Sindipetro-AM) que alerta para o fato da Refinaria da Amazônia (Ream) estar há quase dois anos apenas importanto derivados de petróleo e, portanto, deixando de refinar o produto.

“A razão (para o alto preço dos combustíveis em Manaus) é simples: o Amazonas não possui mais refino público da Petrobras. Desde a privatização da Refinaria da Amazônia (REAM), controlada pelo Grupo Atem, o estado vive um monopólio privado no setor de combustíveis, que impede que reduções da Petrobras se reflitam nas bombas”, diz nota do Sindipetro-AM.

O sindicato afirma que a Ream tem capacidade instalada para atender à demanda regional, mas o grupo Atem optou por torná-la apenas um terminal de armazenamento e redistribuição de combustíveis importados. Isso resulta em maior dependência externa, custos logísticos elevados e repasse direto ao consumidor, que continua pagando mais caro. Além do mais, a importação de derivados de petróleo deixa o mercado local a mercê das flutuações dos preços no mercado internacional.

“Enquanto isso, todo o petróleo produzido em Urucu segue sendo transportado para São Paulo para ser refinado, quando poderia ser processado aqui mesmo no Amazonas — o que reduziria custos, fortaleceria a economia local e ampliaria a geração de empregos”.

Para o coordenador-geral do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro, “essa situação é o retrato do que denunciamos desde a privatização. O Amazonas ficou sem refino, sem autonomia e com o combustível mais caro do Brasil. O retorno da Petrobras ao refino é urgente e estratégico para o estado e para o povo amazonense”.

“O Sindipetro-AM reafirma que continuará cobrando providências da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do CADE e do Governo Federal, para que a Petrobras volte a atuar no refino do Amazonas, assegurando preço justo, soberania energética e desenvolvimento regional”, completa a nota do Sindipetro-AM.

Ream não se manifesta

A Rede Onda Digital pediu um posicionamento do grupo Atem, propriietáriio da Ream, sobre a política de preços e o modelo de negócios que privilegia a importação de derivados de petróleo em detrimento do refino do produto. A Ream não se manifestou até o momento da publicação desta matéria. Se houver um posicionamento oficial da empresa, este texto será atualizado.

No site da Ream, contudo, uma aba mostra os preços praticados pela empresa no mercado de Manaus e, conforme, a informação constante, houve no último dia 16 uma redução de até R$ 0,16 no preço da gasolina vendida aos distribuidores, que no entanto não repassaram isso para o consumidor manauara.