Flávio Dino diz que não é atribuição da embaixa dos EUA monitorar ministros do STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, rebateu nesta sexta-feira (8/8) críticas feitas por autoridades dos Estados Unidos à atuação do ministro Alexandre de Moraes. Em publicação nas redes sociais, Dino destacou que não cabe a nenhuma embaixada estrangeira “avisar” ou “monitorar” a atuação de magistrados brasileiros.

“Lembro que, à luz do direito internacional, não se inclui nas atribuições da embaixada de nenhum país estrangeiro ‘avisar’ ou ‘monitorar’ o que um magistrado do Supremo Tribunal Federal, ou de qualquer outro Tribunal brasileiro, deve fazer”, afirmou, defendendo Moraes.

Dino também ressaltou que soberania, moderação e bom senso devem pautar as relações diplomáticas, reforçando a importância de manter o diálogo e a parceria histórica entre Brasil e EUA.

Leia mais

“Alexandre de Moraes está decidido a matar Jair Bolsonaro”, dispara Carlos, filho do ex-presidente

Polarização cresce no Brasil: 39% se dizem petistas e 37%, bolsonaristas, segundo Datafolha

A declaração veio após nota do Departamento de Estado e da embaixada americana em Brasília acusar Moraes de “flagrantes violações de direitos humanos” e responsabilizá-lo por suposta perseguição a Bolsonaro e seus aliados — críticas que, segundo os americanos, motivaram sanções baseadas na Lei Magnitsky, determinadas pelo presidente Donald Trump.

O episódio gerou reação imediata do governo brasileiro. Ainda pela manhã, o encarregado de negócios dos EUA, Gabriel Escobar, foi convocado ao Itamaraty, onde ouviu a “profunda indignação” da diplomacia nacional. Para a cúpula do ministério, as postagens dos americanos configuram ingerência em assuntos internos e representam “ameaças inaceitáveis” a autoridades do país.

*Com informações da CNN Brasil.