“Antecipação de questões semelhantes”: entenda caso que causou a anulação de três questões do Enem 2025

(Foto: Shutterstock)
Uma live publicada no YouTube no dia 11 de novembro, cinco dias antes da segunda etapa do Enem 2025, mostrou pelo menos cinco questões quase idênticas às que apareceram na prova oficial de matemática e ciências da natureza aplicada neste domingo (16/11). Em alguns casos, os números usados eram exatamente os mesmos cobrados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Após o caso viralizar nas redes sociais, o órgão anunciou que vai anular três itens por causa de “antecipação de questões semelhantes”.
O autor da live é Edcley Teixeira, que vende consultoria para estudantes e se apresenta como um “mentor” e aluno de Medicina da periferia. Ele afirma que não houve vazamento e que apenas “previu” as questões dentro da lei, com o objetivo, segundo ele, de “democratizar a educação”. Apostilas do curso delemainda traziam uma sexta questão idêntica à do Enem, sobre tijolos.
Em nota, o Inep informou que acionou a Polícia Federal para investigar o caso e identificar possíveis responsáveis pela divulgação indevida de material sigiloso.
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Edcley diz que seu método se baseia em memorizar questões do Prêmio Capes Talento Universitário, uma prova aplicada para calouros da graduação. Segundo ele, perguntas desse teste serviriam como “pré-teste” para o Enem, o que nunca foi confirmado pelo Inep. Ele afirma que teria decorado parte dessas questões para repassar aos seguidores.
O “mentor” também disse que desenvolveu um “algoritmo” capaz de prever qualquer questão e que teria entendido a “lógica do Enem”.
A repercussão da live levantou suspeitas de vazamento entre estudantes que fizeram a prova. Nas redes sociais, muitos demonstraram preocupação com um possível cancelamento do exame.
De acordo com fontes ouvidas por uma reportagem publicada pelo G1, um ex-colega e um ex-aluno de Edcley, afirmam que ele incentivava candidatos a participar do Prêmio Capes para memorizar as perguntas e repassá-las logo após a prova. Como o teste é feito no computador e não permite levar caderno de questões, a estratégia seria baseada no que os participantes conseguiam lembrar ao sair da sala.
A Polícia Federal e o Inep seguem apurando o caso.
(*)Com informações do G1






