A análise do indicador de extrema pobreza (US$ 1,90 PPC) mostra um agravamento em relação a 2020, no Amazonas, com um crescimento de 1,8 ponto percentual, que atingiu 14,3% da população em 2021. O mesmo comportamento foi verificado para a pobreza (linha US$ 5,50 PPC), que registrou crescimento entre os dois últimos anos da série, chegando a uma proporção de 58,8% de pobres em 2021, 6,3 pontos percentuais superior a 2020.
Os dados são da Síntese de indicadores sociais – 2022, uma análise das condições de vida da população brasileira, divulgados hoje (2), pelo IBGE. A Síntese apresenta dados sobre estrutura econômica e mercado de trabalho; também sobre padrão de vida e distribuição de rendimentos; e, ainda, sobre a saúde da população.
Destaques
- Em 2021, frente a dez anos atrás, a taxa de desocupação do Amazonas subiu 5,7 pontos percentuais, alcançando 15,4%, e a de Manaus, 6,5 p.p., atingindo 18,7%;
- Dentre as pessoas desocupadas, no Estado, em 2021, 32,2%, estavam a dois anos ou mais nessas condições;
- A taxa composta de subutilização (que mede o percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e a força de trabalho potencial), no Amazonas, de 30,8%, em 2021, apresenta alta de 10,8 pontos percentuais, se comparada a taxa de 2012 (20%);
- O percentual dos jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e não estavam ocupados subiu de 26,4%, em 2019, para 29,3% em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19. Em 2021, esse percentual recuou para 27,5%, atingindo ainda mais de ¼ dos jovens amazonenses (312 mil jovens);
- O rendimento médio da população ocupada no trabalho principal (a preços deflacionados para o ano), em 2021, reduziu para R$1.790 mensais, frente a 2020 (R$1.935). Os anos de maiores rendimentos médios foram 2012 (R$2.216) e 2013 (R$2.179), que atingiram valores 19% acima do registrado em 2021;
- Em dez anos, no Amazonas, o rendimento médio do trabalho principal dos empregadores foi o que apresentou a maior queda (-58,3%), passando de R$9.553, em 2012, para R$3.987, em 2021;
- Em 2021, no Amazonas, havia mais homens (61,2%) do que mulheres (38,8%) dentre o total de 1 milhão e 656 mil ocupados. Em Manaus, também, percentual maior de homens (58,1%) do que de mulheres (41,9%) dentre a população ocupada;
- Quanto aos rendimentos, observa-se a desigualdade entre sexos e por cor ou raça. Em 2021, no Amazonas, a população ocupada de cor branca recebia rendimento mensal superior à população de cor preta ou parda, R$2.501 contra R$1.655, ou seja, 51,1% a mais. Considerando o mesmo indicador por sexo, o resultado dos homens (R$1.879) foi superior em 14,4%, em relação ao das mulheres (R$1.642);
- Enquanto a população ocupada formal do Estado recebia em média R$2.526, a população na informalidade recebia R$1.256, em 2021. Em Manaus, esses rendimentos eram de R$2.690 e R$1.533, respectivamente;
- Na capital, a situação da extrema pobreza, embora seja menos acentuada, voltou a subir em 2021, passando de 6,5%, em 2020, para 8,7, em 2021, alcançando em torno de 195 mil pessoas. Já na faixa da pobreza, a capital aumentou 8,1 pontos percentuais em relação a 2020, passando de 30,5% para 38,6%, incluindo mais 192 mil pessoas na linha da pobreza, com rendimento de R$484/mensal.
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Linha de pobreza
A pobreza monetária refere-se unicamente à insuficiência de rendimentos das famílias para provisão de seu bem-estar. As pessoas são classificadas em relação às chamadas linhas de pobreza, podendo estar abaixo (pobres) ou acima delas (não pobres).
A análise do indicador de extrema pobreza (US$ 1,90 PPC) mostra um agravamento em relação a 2020, no Amazonas, com um crescimento de 1,8 pontos percentuais, que atingiu 14,3% da população em 2021. O mesmo comportamento foi verificado para a pobreza (linha US$ 5,50 PPC), que registrou crescimento entre os dois últimos anos da série, chegando a uma proporção de 58,8% de pobres em 2021, 6,3 pontos percentuais superior a 2020.