A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, revelou, neste sábado (28), que uma bomba de fabricação caseira foi desativada na casa de um funcionário da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em Atalaia do Norte, no Vale do Javari, no Amazonas.
“Nas duas últimas semanas foi encontrada uma bomba dentro da casa de um servidor da Funai [no Vale do Javari]. A Polícia Federal foi chamada e conseguiu desarmar a bomba. O Vale do Javari é uma prioridade para garantir proteção”, revelou Guajajara.
De acordo com a ministra, a região Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas, segue sendo uma fonte de preocupações porque concentra o maior número de povos indígenas isolados de todo o país. No ano passado, a região foi notícia mundial com os assassinatos brutais do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.
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Demarcações
Sonia Guajajara também afirmou que ao menos 14 processos de demarcação de terras indígenas estão prontos para homologação pelo governo federal. São áreas localizadas em oito estados de quase todas as regiões do país. “Temos 14 processos identificados, que estão com os estudos prontos, concluídos, já têm a portaria declaratória. A gente espera que o presidente Lula possa assinar a homologação”, disse.
As terras indígenas prontas para o reconhecimento definitivo, segundo Guajajara, ficam no Ceará, Bahia, Paraíba, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Acre, Amazonas e Mato Grosso. O governo anterior, de Jair Bolsonaro, havia paralisado todos os processos de demarcação de terras indígenas e a retomada desses processos foi um compromisso de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No fim ano passado, durante a transição de governo, o grupo de trabalho temático sobre questões indígenas já havia incluído, no seu relatório, uma lista das 13 áreas prontas para demarcação. Ao todo, elas somam cerca de 1,5 milhão de hectares. Sônia Guajajara é a primeira ministra indígena da história do País e foi eleita deputada federal por São Paulo.