A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) divulgou nesta semana, um alerta epidemiológico sobre a esporotricose, infecção causada por fungos do gênero Sporothrix. O informe aponta um aumento tanto nos casos humanos quanto nos registros da doença em animais, especialmente gatos.
De acordo com o boletim, entre 1º de janeiro e 29 de abril de 2024, foram notificados 553 casos de esporotricose humana no estado. Destes, 456 foram confirmados laboratorialmente e 44 seguem em investigação. Felizmente, não houve registro de óbitos relacionados à doença nesse período.
A capital amazonense, Manaus, concentra a maior parte das confirmações, com 433 casos. Outros municípios também foram afetados: Presidente Figueiredo (14 casos), Careiro (2), Maués (2), Barcelos (1), Iranduba (1), Manacapuru (1), Rio Preto da Eva (1) e Tabatinga (1).
No mesmo período, a situação da esporotricose animal também gerou preocupação: 1.649 casos foram notificados, com 1.549 confirmações. Dos animais diagnosticados, 859 ainda estão em tratamento, enquanto 670 morreram ou foram submetidos à eutanásia em decorrência da infecção.
A grande maioria dos casos ocorre em gatos (97,2%), seguidos por cães (2,8%). Além disso, os dados indicam que 67,2% dos animais infectados são machos. A prevalência em gatos se deve, principalmente, ao comportamento exploratório desses animais e à sua maior exposição ao ambiente contaminado, além do risco de transmissão por meio de arranhaduras e mordidas.
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O que é a esporotricose?
A esporotricose é uma infecção subcutânea fúngica, causada por fungos do gênero Sporothrix, naturalmente presentes no solo, em cascas de árvores e em vegetação em decomposição. Apesar de ser considerada uma micose, a doença pode ter complicações sérias, especialmente se não for tratada corretamente.
A transmissão para seres humanos geralmente ocorre quando o fungo entra no organismo através de feridas na pele, provocadas por espinhos, lascas de madeira, palha ou outros materiais vegetais contaminados. A infecção se manifesta inicialmente como uma lesão na pele, podendo evoluir para feridas ulceradas, com nódulos e secreção.
Além disso, animais infectados, principalmente gatos, também representam um risco direto de transmissão para humanos. A doença pode ser transmitida por arranhaduras, mordidas, lambidas ou até mesmo pelo contato com secreções de lesões ou secreções respiratórias dos animais.
Como prevenir
A prevenção da esporotricose exige cuidados simples, porém fundamentais. No caso de animais de estimação, especialmente gatos e cães, é recomendado que não circulem livremente nas ruas, evitando o contato com o fungo no ambiente. Gatos que têm acesso irrestrito às ruas têm maior chance de contaminação e de se tornarem transmissores da doença.

Se houver suspeita de esporotricose em animais, é fundamental procurar atendimento veterinário imediato. Os profissionais podem diagnosticar a doença e iniciar o tratamento, que normalmente envolve antifúngicos de uso prolongado.