A tuberculose é uma doença infecciosa, transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, que afeta prioritariamente os pulmões (forma pulmonar), mas pode acometer outros órgãos ou sistemas.
Em 2022, foram diagnosticados 2.667 casos novos de tuberculose entre pessoas residentes em Manaus, o que representa uma taxa de incidência de 118,2 casos a cada 100 mil habitantes, mantendo Manaus como a capital do país com a maior incidência de casos.
Para marcar o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, comemorado no dia 24 de março, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), vai promover uma série de ações de prevenção e controle da doença no mês de março.
O chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa, enfermeiro Daniel Sacramento, informa que a campanha de intensificação das ações contra tuberculose vai envolver todas as unidades de saúde de Manaus, com ações educativas (palestras e rodas de conversa), busca ativa de sintomáticos respiratórios, que são as pessoas que apresentam tosse por duas semanas ou mais, com oferta do exame de escarro e integração com as atividades do Programa Saúde na Escola (PSE).
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“Também será reforçada a avaliação dos contatos intradomiciliares de pacientes em tratamento nas unidades de saúde. Os contatos dos pacientes que podem ter adquirido a doença pela convivência em casa e por isso devem ser avaliados. A detecção precoce dos casos é essencial para o controle da transmissão e redução da mortalidade por tuberculose”, explica Daniel Sacramento.
Durante a campanha, a Semsa também fará a avaliação dos grupos considerados mais vulneráveis para o desenvolvimento da tuberculose, o que inclui pessoas vivendo com HIV/Aids, pessoas em situação de rua, imigrantes, indígenas, trabalhadores de saúde e pessoas com comorbidades.
De acordo com Daniel Sacramento, mesmo tendo contato com o bacilo causador da tuberculose, nem todas as pessoas desenvolvem a doença, mas alguns fatores contribuem para o adoecimento, como pobreza, desnutrição, más condições sanitárias, comprometimento da imunidade e alta densidade populacional.
”A população em situação de rua tem 56 vezes mais risco de desenvolver tuberculose do que a população em geral, indígenas têm três vezes maior risco e pessoas vivendo com HIV/Aids têm 28 vezes mais chance de desenvolver a doença. Em Manaus, 13,8% dos casos de tuberculose são tuberculose-HIV. Por conta disso, a Semsa trabalha com foco nas populações vulneráveis e vai reforçar as ações em março”, destaca Daniel.
Transmissão
A transmissão da tuberculose ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa, ainda sem tratamento, lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas.
O principal sintoma é a tosse (seca ou com catarro) e por isso a recomendação é para que pessoas com tosse por duas semanas ou mais sejam examinadas, procurando uma das Unidades de Saúde da rede municipal para a realização de exames. Outros sintomas são: febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento.
Pessoas que são contatos dos pacientes diagnosticados com doença também devem ser avaliadas nos serviços de saúde para a identificação de casos da Infecção Latente por Tuberculose (ILTB), que ocorre quando uma pessoa é infectada pela bactéria da tuberculose e essa permanece “adormecida” em seu organismo, não apresentando sinais e sintomas e nem transmitindo a doença.
“Porém, em algum momento da vida, a bactéria pode ser ativada e causar a doença. Com o exame e o diagnóstico de ILTB, o paciente pode realizar o tratamento, que reduz em até 90% o risco de desenvolver a tuberculose ativa. Manaus é o terceiro município do país com maior número de pessoas em tratamento por ILTB, sendo uma estratégia de controle da doença”, afirmou Daniel.
Em 2022, o município de Manaus registrou 1.021 pessoas em tratamento de infecção latente por TB (ILTB).