Caso Djidja: condenada por tráfico de drogas, Cleusimar Cardoso recebe homenagem pelos seus 55 anos

Cleusimar Cardoso Rodrigues com os filhos Djidja e Ademar (Foto: Reprodução/Instagram)
Dia em que o Brasil comemora sua Independência, 7 de setembro, também se celebra o aniversário de Cleusimar de Jesus Cardoso, que completa 55 anos. Uma postagem em uma rede social prestou homenagem à sua trajetória, destacando sua fé, força e resiliência. “Calúnias, mentiras e ódio já não têm força”, diz o texto divulgado, acrescentando que “sua vida não é sobre fama, dinheiro ou poder, mas sobre amar, perdoar e viver a verdade de Deus”. O que perdura é o amor e o perdão.”
A mensagem faz uma analogia entre a vida de Cleusimar e um eclipse lunar, enfatizando que, assim como a lua volta a brilhar após a sombra, ela permaneceria firme em seu “propósito divino”. A publicação transmite uma mensagem de superação e inspiração para familiares e apoiadores, com o tom afirmando: “Você é, e sempre será, uma mulher de propósito, coragem e coração infinito”.
Operação Mandrágora e o caso Djidja
Embora o clima seja de homenagem, Cleusimar continua diretamente relacionado ao caso de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido. A morte de Dilemar Cardoso Carlos da Silva em maio de 2024 provocou uma extensa investigação liderada pelo 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), sob a coordenação do delegado Cícero Túlio.
As investigações levaram à Operação Mandrágora, que examinou a utilização e a venda da substância cetamina em salões de beleza da família Cardoso. O caso gerou grande repercussão nos jornais de Manaus e em veículos de comunicação nacionais, revelando detalhes de uma investigação como abusos psicológicos, coerção e possível envolvimento com substâncias controladas, o que aumentou a visibilidade do núcleo familiar na mídia.
Durante a investigação, jornais de Manaus ressaltaram que o incidente não só impactou o cenário cultural do Amazonas — em razão da importância pública de Djidja como personalidade do Festival de Parintins —, mas também suscitou discussões acerca da manipulação de crenças religiosas e alegados crimes perpetrados em nome da fé.
Condenação

No dia 17 de dezembro de 2024, o juiz de Direito Celso Souza de Paula, da 3ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas, condenou sete pessoas envolvidas, incluindo Cleusimar Cardoso e Ademar Farias Cardoso Neto, a 10 anos, 11 meses e 8 dias de prisão por tráfico e associação para o tráfico. Outros três réus também foram absolvidos.
Na decisão, o magistrado destacou que os réus não foram capazes de contestar as provas reunidas durante as investigações. As circunstâncias do flagrante, juntamente com os depoimentos das testemunhas, comprovaram de maneira irrefutável que as drogas eram destinadas ao comércio. Logo, não se trata nem mesmo de usuário de drogas”, declarou na sentença.
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Com a sentença, o juiz decidiu pela manutenção da prisão preventiva de Cleusimar e mais quatro réus, negando a possibilidade de recorrer em liberdade. Além disso, a Justiça desmembrou o processo para dar continuidade às investigações sobre possíveis crimes de estupro e aborto, mencionados no inquérito policial, mas ainda sem evidências suficientes para uma denúncia formal.
Sentença dos réus na Operação Mandrágora
Cleusimar Cardoso Rodrigues, mãe de Djidja, foi condenada a 10 anos, 11 meses e 8 dias de prisão pelos delitos de tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Ademar Farias Cardoso Neto, irmão da ex-sinhazinha, foi condenado à mesma pena por tráfico e associação.
José Máximo Silva de Oliveira, veterinário identificado como fornecedor de cetamina, recebeu uma sentença de reclusão de 10 anos, 11 meses e 8 dias.
Sávio Soares Pereira, sócio de José Máximo na clínica veterinária, foi condenado da mesma forma.
Hatus Moraes Silveira, reconhecido como coach que se fazia passar por personal trainer da família, também recebeu a mesma sentença.
Verônica da Costa Seixas, gerente de salões de beleza da família Cardoso, também foi condenada a 10 anos, 11 meses e 8 dias de prisão.
Bruno Roberto da Silva Lima, ex-namorado de Djidja, foi incluído na lista dos condenados, recebendo uma pena equivalente por sua participação no esquema.
Absolvição
O juiz também absolveu três réus: Emicley Araújo Freitas Júnior, ex-empregado da clínica veterinária sob investigação, Claudiele Santos da Silva e Marlisson Vasconcelos Dantas, que atuavam em salões de beleza relacionados à família de Djidja, por falta de evidências.
A decisão judicial concentrou-se exclusivamente nos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Outros crimes identificados nas investigações — como charlatanismo, curandeirismo, manipulação e adulteração de medicamentos, estupro, entre outros — serão separados e enviados às varas apropriadas para prosseguimento das investigações.
Fé e questionamento público
Na mensagem de aniversário, os apoiadores de Cleusimar também se manifestaram em relação às críticas. “As calúnias, as mentiras e o ódio já não possuem poder. “O que perdura é o amor e o perdão, pois esse é o verdadeiro caminho”, afirmava o texto.
Enquanto isso, a imagem pública de Cleusimar continua polarizada. De um lado, apoiadores destacam sua fé e sua “missão de amor e perdão”. De outro, a Justiça e a repercussão do caso Djidja mantêm seu nome no foco de um dos processos criminais mais emblemáticos do Amazonas nos últimos anos.
A comemoração do 7 de setembro, caracterizada pela coincidência entre a Independência do Brasil e o eclipse lunar, foi empregada nas redes sociais como uma metáfora para transmitir a expectativa de “renovação, esperança e triunfo da justiça” na vida de Cleusimar.
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